MEDO DE DENTISTA – Violante Pimentel

MEDO DE DENTISTA – Antigamente, no interior nordestino, não havia “fobia” . Essa palavra era totalmente desconhecida. Existia mesmo era medo, sinônimo de pantim, cavilação, drama, astúcia e manha. Esses medos de injeção, dentista, barata, rato, cachorro, aranha, morcego, escuro, trovão etc., eram combatidos com exemplos, explicações, “carões”, e, no último caso, com castigos. A […]
O CASTIGO – Violante Pimentel

O CASTIGO – Obedecendo ao seu instinto predador e carnívoro, a raposa, animal mamífero, apanha suas presas vivas, pulando sobre elas para matá-las. O resultado é imediato. Muito veloz, num minuto é capaz de devorar um galinheiro inteiro, ou outras aves que estejam ao seu alcance. Certa vez, um pato, imprudente e inquieto, fugiu dos […]
CONFISSÃO – Violante Pimentel

CONFISSÃO – Antes do advento da televisão e da Internet, era comum , nas cidades do interior nordestino, o preenchimento da noite, até chegar o sono, com conversas nas calçadas ou nas praças. A vida calma de antigamente proporcionava às pessoas maior calor humano, amizades consistentes e conversas cheias de humor, que amenizavam […]
AVE DE RAPINA – Violante Pimentel

AVE DE RAPINA – Os urubus fazem parte do grupo de aves de rapina, que a mãe natureza criou para manter a limpeza da terra. São aves que se alimentam da carcaça de animais mortos. Existem muitas espécies de urubus. No Brasil, podemos encontrar o urubu-rei, o urubu-da-mata, o urubu-preto, o urubu-de-cabeça-vermelha e o urubu-de-cabeça-amarela. […]
O BICHO-HOMEM – Viloante Pimentel

O BICHO-HOMEM – “Não tem bicho mais valente do que o bicho-homem. Ele, sim, é o rei dos animais.” Essa foi uma conversa ouvida entre uma onça e um lobo. A onça estava descansando, quando recebeu a visita do lobo, para lhe contar a novidade. Maldoso e falso, chegou com o intuito de perturbar a […]
A FELICIDADE – Violante Pimentel

A FELICIDADE – Josimar, um marceneiro pobre, de uma cidade do interior nordestino, trabalhava o dia todo, para sustentar a mulher e os seis filhos. Conformado com a pobreza em que vivia, o casal era muito feliz e a família harmoniosa. À noite, todos se sentavam na calçada, e Josimar dedilhava a viola, herdada do […]
O MISTÉRIO – Violante Pimentel

O MISTÉRIO – Na noite de Natal, os pobres se sentem mais pobres e mais tristes, do que em qualquer outra data. Aqueles que não tem um teto para morar ou um pão para comer, esperam sempre um milagre. Sonham com mesa farta e moradia, onde possam se abrigar contra a chuva, o sol e […]
A “ARMA” – Violante Pimentel

A “ARMA” – Seu Lúcio, trabalhador rural, era aposentado pelo INSS e residia num bairro simples de uma pequena cidade do interior nordestino. Todo começo de mês, ia à agência bancária pagadora, receber o dinheiro do seu “aposento”, como ele costumava chamar. Mal sabia ler e escrever, mas acompanhava os noticiários da televisão. Por isso, […]
OS GATOS – Violante Pimentel

OS GATOS – José Alpiniano, professor aposentado e escritor, era viúvo e tinha como companhia dois gatos de estimação, a quem muito mimava. Um deles era da raça Angorá, preto retinto, porte elegante e pelo longo e sedoso. Chamava-se Koruga. Tinha ares de soberano e passeava por todos os lugares da casa, dormindo nas […]
ZÉ BESTA – Violante Pimentel

ZÉ BESTA – Jonas era um homem muito bom, que residia numa cidade do interior nordestino. Ele e Nalva, sua esposa, mal sabiam ler e escrever. Entretanto, faziam questão de que os três filhos estudassem no melhor colégio da cidade.Tinham uma pequena propriedade rural, onde cultivavam, entre outros produtos, feijão, milho, mandioca, macaxeira, inhame […]
A FAMA – Violante Pimentel

A FAMA – Jerson sempre foi uma criança tímida. Apanhava dos coleguinhas e, mesmo instigado pelos pais, não tinha coragem de reagir. Não levava jeito para esportes, que exigissem esforço físico. Gostava de futebol, mas se fosse jogo de botão ou totó. Os pais eram católicos e o acostumaram a frequentar a Igreja aos domingos. […]
O SONO – Violante Pimentel

O SONO – Durante a Segunda Guerra Mundial (1942 a 1945), Natal abrigou tropas norte-americanas. Para esse apoio, na capital potiguar, foi instalada uma base militar dos Estados Unidos. A escolha de Natal se deu em decorrência da sua posição geográfica privilegiada, facilitando deslocamentos para os continentes africano e europeu. No auge da II Guerra, […]
A TINTA – Violante Pimentel

A TINTA – Seu João Bento vendia madeira (caibros e linhas) e residia no mesmo local onde trabalhava, numa cidade do interior nordestino. Todos os dias, ia à bodega de Dona Luíza, vizinha à sua casa, e tomava algumas bicadas de cachaça. Certo dia, comprou um galão de tinta, para pintar a frente da […]
A CASA E O BOTÃO – Violante Pimentel

A CASA E O BOTÃO – Matilde, 23 anos, vitalidade de 16 e juízo de um pinto com um dia de nascido, era alta, bonita, exuberante, seios e quadris avantajados. Depois de passar dois anos no Rio de Janeiro, voltou para Natal muito traquejada. Leviana e coquete, todo namorado que arranjava, só queria mesmo se […]
O CARIDOSO – Violante Pimentel

Dois mendigos pediram uma esmola a um empresário rico, que ia entrando na sua camionete “cabine dupla”. O homem os surpreendeu, ao convidá-los para entrar no carro e ir com ele até sua casa. Lá, eles almoçariam e receberiam uma ajuda, inclusive com roupas usadas. Perguntou se os dois estavam com fome e eles responderam […]
A CACHAÇA – Violante Pimentel

A cachaça, ou aguardente de cana de açúcar, está integrada à cultura brasileira, assim como o futebol, o samba, o café e o fumo. Aparece em músicas, anedotas, textos literários e literatura de cordel. No começo da colonização do Brasil, a partir de 1530, a produção açucareira apareceu como primeiro grande empreendimento de exploração. Afinal, […]
A CAIXA D’ÁGUA – Violante Pimentel

Anos atrás, em Serrana, cidade do interior nordestino, o prefeito João Tanajura se celebrizou pelas gafes constantemente cometidas. O homem mal sabia ler e escrever. Os vereadores, conhecidos por apelidos como Zé do Toucinho, Antônio do Carvão, José da Telha e outros, não ficavam atrás. A situação era de fazer vergonha. O prefeito, que era […]
O CAIXA – Violante Pimentel

Josildo era escriturário do Banco do Brasil, em Natal, e exercia a atividade de caixa executivo. Década de 60/70. Nesse tempo, ainda não havia caixa eletrônico. Os caixas eram sobrecarregados, e o trabalho requeria muita atenção. Ali, na “boca do caixa”, concentravam-se os serviços bancários mais comuns. Informavam-se saldos e extratos, recebiam-se depósitos, e pagamentos, […]
A BEBEDEIRA – Violante Pimentel

Há boêmios que só tomam cerveja e teimam em dizer que “não bebem nada”. Justificam seu gosto acentuado pelo álcool, dizendo-se apenas “cervejeiros”. A cerveja, uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no mundo, sempre foi homenageada em músicas, como nos seguintes casos: “Barril de Chopp” (Altamiro Carrilho) “Louras Geladas” (RPM), “Chuva, Suor e Cerveja” (Caetano […]
O RETORNO – Violante Pimentel

O RETORNO – Nailde era servidora pública de nível médio, em um órgão estadual. Já com mais de vinte anos de serviço, ganhava o suficiente para se sustentar. Era solteira e morava só. Muito organizada, não contraía dívidas e juntava sempre algum dinheiro num mealheiro. Depois, abriu uma caderneta de poupança e passou a economizar […]