ADAUTO CARVALHO

Adauto José de Carvalho Filho*

Nada mais surpreende nos folclores da política Brasileira. Tem pessoa que fala e age com a plena certeza de que está fazendo algo digno ou ouvido e derrapa na mais tola das ribanceiras. É o caso de Rui Falcão, atual presidente do Partido dos trabalhadores (PT) que está difundindo uma cartilha com o objetivo de demonstrar que o trabalho da força tarefa comandada pelo Juiz Sérgio Moro, responsável pela “operação lava a jato” é tendencioso e voltado para a difamação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores e suas insignes representações.

Uma das características do Falcão, a exótica ave, é o olhar certeiro e aguçado, qualidades que faltam ao Falcão, presidente do PT. O homem é cego e embarca, devido a pouca visão que tem dos próprios partidários e dos cenários políticos brasileiros, em qualquer em qualquer barca furada. É o caso do falante, porem cego e sem noção do cenário. Não é preciso ser nenhum agente secreto, um James Bond, para saber que isso se chama contrapropaganda no linguajar das comunidades de informações, ou seja, desacreditar os argumentos do inimigo. O fato é histórico. Winston Churchill, Premier Britânico durante a segunda guerra mundial, considerado um dos maiores estadistas da história, nos premiou com a máxima que nos estados de guerra, “a primeira vítima é a verdade”.

O Falcão, pelas últimas declarações dadas sobre o esquema de corrupção que tomou o país de assalto e, infelizmente, no seio dos governos petistas, mostra que não tem preparo para assumir o partido em momento tão dramático e fica divulgando idiotices que lhe vem à cabeça, se é que tem. Não é a primeira de suas asneiras. Outras igualmente fora de contento, já foram disparadas e, como sempre, em vez de acrescentar provas da inocência dos partidários envolvidos, se limita a agredir o magistrado num flagrante despreparo. Parece-me, que levar no grito está ficando mais difícil e o tolo Falcão ainda não percebeu a mudança, tão grande é a sua arrogância, só comparada com a pequenez das ideias. Parece que ser presidente do PT, ou de outro partido, tem alguma importância.

A Presidente da República, hoje a principal afiliada, jogou fora o prestígio que a instituição “Presidência da República” tem, com seus destemperos verbais e clara incompetência profissional, imagine de que adianta os bofes ruins de um falcãozinho qualquer. O Brasil clama por mudança e o objeto voador, mas identificado, é o PT. Ninguém aguenta mais a instabilidade que estão impondo ao país. Se os afiliados são inocentes e, em nenhum momento ponho dúvidas, que provem em juízo. O que a sociedade sabe é que muito dinheiro saiu manchando a sigla do PT. É mentira? Provem! Um petista nunca pegou em dinheiro de quem quer que seja, canonizem! Mas o caminho para provar a inocência de pessoas flagradas com contas recheadas de dinheiro não é tarefa fácil e derrubar os argumentos de uma força tarefa como a que o juiz Moro montou precisa mais do que uma medíocre cartilhazinha, precisa de dignidade e brasilidade, qualidades que, pelo pouco conhecimento em zoologia, não sei se são próprias dos falcões.

Mas, as asneiras é o único voo que tal Falcão sabe ensaiar. O radical petista de anos atrás, agora é liberal e defende com unhas e dentes a CPMF, a mordaça da imprensa, a corrupção, os corruptos e de tão desgastado parece que nem no próprio PT suas falsas palavras e ilusória autoridade se faz reconhecer. Meses atrás disse, para meia dúzia de petista, que o partido expulsaria qualquer afiliado envolvido na operação Lava a Jato. A realidade falou mais alto. Não expulsou ninguém pelo simples fato de que o partido sucumbiria junto com a idiotice do seu presidente. Os afiliados estão mais envolvidos do que gaze em múmias e se cumprida à promessa seria a primeira vez na história política do país que um partido se autodissolveria. As coisas estão além do alcance dos falcões. Lembrei-me da fábula a Águia e a Galinha, do teólogo Leonardo Boff, outro petista doente. Será que ele se inspirou no tal Rui? Acho que não. No final da fábula a águia, mesmo criada entre galinhas, alça um belíssimo voo e comprova o seu instinto animal. No caso, embora não seja águia, mas Falcão aconteceu o inverso. O falcão fazia belíssimos voos nas gestões petistas e agora, como uma galinha, fica ciscando para trás do tapete a sujeira que os afiliados que ameaçou expulsar e, covarde, preferiu esquecer que eras falcão e é um de cocorocó para aqui, cocorocó para lá, carinha de mau para impressionar e vive à vontade do reino do PT, que virou o mais fidedigno galinheiro. Ainda bem, para não gozar o inusitado da situação, o falcão virou galinha e não se surpreenda se, em breve, virar urubu.

Mas a ideia da cartilha não é de toda ruim. Antigamente não tinham pré-escolas. Os alunos aspirantes ao curso primário desarnavam com uma professora particular que lhe ensinava a Cartilha do ABC e a Tabuada, mas era ensino sério e eficiente, não babaquices de uma ideologia ultrapassada e derrotada, cujos chefes já se mostram ligados ao tráfico de drogas e a falência de seus países e que, no Brasil, assume ares de piada de mau gosto ou de falta de clarividência política de Falcões que, por não saberem alçar voos ou o que seja voar, ficam esparramados na própria personificação que, em termos pessoais ou nacionais, simplesmente significa nada. É isso. O nosso medíocre Falcão fica ciscando a terra e melando o seu poleiro enquanto outros acrobatam lindos voos e mostram o quanto é importante ser o que é realmente. A importância do Falcão está em alçar grandes voos e se notabilizar na natureza pela sua inteligência e perspicácia, não ciscar como galinha e achar que o Brasil é um galinheiro.

* Adauto José de Carvalho Filho, AFRFB aposentado, Pedagogo, Contador, Bacharel em Direito, escritor e Poeta.

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