VIRAMUNDO 80 –

Djalma Soares, alagoano de Marechal Deodoro, tinha em sua mãe, lavadeira, sua grande motivação pra viver.

Gostava de escrever poesia e aprendeu tocar violão.

Voltava da escola e ficava tentando colocar música nosso poemas.

Sem nenhuma formação musical, Djalma foi improvisando e um dia acertou em cheio quando musicou um poema sobre o “marulho” termo criado por ele que significa “barulho do mar”.

Foi a Maceió e ao participar de um programa de TV ganhou o primeiro lugar.

As portas do sucesso ser abriram pra ele em São Paulo.

Chegando lá ele mudou de nome para Djalman e foi logo contratado pela Chantecler, uma gravadora pequena mas importante.

Djalman se motivou ao conhecer grandes nomes da MPB e continuou compondo seus poemas.
Conseguiu gravar Marulho com Maria Betânia e subiu nas paradas presente na programação musical das rádios no Brasil inteiro.

Participo de vários programas na TV e tornou-se ídolo nacional.

Comprou uma casa na periferia em Maceió pra sua mãe e sempre que podia visitava dona Maria José que sairá de Marechal Deodoro deixando saudades.

Em Maceió, Djalvan fez músicas pra políticos em campanhas eleitorais, com muita criatividade.

Um dia estava gravando no estúdio da TV Alterosa e conheceu Margarete, auxiliar de produção, e se apaixonaram.

Amor a primeira vista. Viveram juntos e Meg, apelido de Margarete, o acompanhava em todos os lugares.

Djalman, ganhando muito dinheiro em shows; discos e publicidade, investia em imóveis, principalmente terrenos.

Pediu a um arquiteto amigo que idealizasse uma casa confortável na Praia da Ponta verde numa área de 50 mil metros quadrados.

– Aqui da pra construir pelo menos 5 casas e uma boa área de lazer.

– Aproveite ao máximo esse espaço, mestre.

Djalman e Meg foram morar na mansão da Pajuçara onde montou um sofisticado estúdio de gravação com o nome de Gogo da Ema.

– Por que esse nome Djalman?

– Sei lá. Veio esse nome na minha mente.

Depois ele descobriu que, sem querer, homenageou Zito Borborema com música que fala assim: “A Ema gemeu no tronco do Juruá….”

Mulherengo, Djalman se apaixonou por mais duas mulheres: Ana e Clotilde.

– E Meg não tem ciúmes?

– Acho que não. Nunca reclamou.

Djalman mandou construir mais duas casas iguais a primeira e presenteou as duas novas conquistas.

O Residencial Pajuçara, com as três mansões para os três amores da sua vida, dar a conhecido como o Paraíso do Djalman.

– As mulheres se dão bem?

– Eu proibi amizade entre elas.

– Tiveram filhos?

– Não. Fiz vasectomia. Filho atrapalha a vida da gente. Tira a liberdade.

As mulheres de Djalman não sabiam que ele era vasectomizado e Ana aparecer grávida.

Djalman foi ao médico pra checar a segurança da vasectomia.

– Aqui tá tudo bem. O senhor não engravida ninguém. Seguranca absoluta.

Ele deu total apoio a Ana e o filho nasceu perfeito.

– Ana vamos fazer o teste do DNA.

– Por que? Tá desconfiando de mim?

– Tô. Sou vasectomizado, não posso gerar filho.

Ana estremeceu. Não queria fazer o DNA.

Mas teve que fazer e o resultado do exame mostrou que o filho não era dele.

Descobriu -se que era do baterista da banda.

Ana confessou e pediu perdão de joelhos, chorando arrependida.

– Vou registrar o menino em meu nome, mas você não comenta com ninguém, tá certo?

Assunto encerrado mas criou problemas para Meg e Clotilde.

Elas também queriam ter filhos. Exigiram.

Djalman se viu forçado a fazer a desvasectomizacao e nasceram mais duas crianças.um menino e uma menina.

A vida artística de Djalman ia de vento em popa.

Agora com três mulheres e três filhos ele voltou a fazer a vasectomia.

– Pois eh bicho. Não quero mais filhos nem mais mulheres.

– Bela providência.

Passado um tempo Djalman contraiu o mal de Parkinson.

Estava no início e eu o encontrei almoçando com seu empresário André Sebenello no Terraço Itália, em São Paulo e perguntei:

– Em quem você se inspirou na sua vida?

– Djavan.

 

 

 

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube.

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