VIRAMUNDO 166 –

Éramos menino ainda quando ganhou de presente sua primeira .aquisição de tirar fotografia. Era uma Kodak color.

Humberto ficou super feliz. Tinha apenas 10 anos e a primeira foto foi foi mamãe Marluce.

– Olha mãe como a senhora tá linda.

– Obrigada meu filho. Você vai ser um grande fotógrafo.

Humberto ficou vaidoso com o elogio da mãe e sua diversão era fotografar plantas.

Pegou um “comigo ninguém pode” pequena e foi acompanhante seu crescimento.

Gustavo seu dinheirinho em revelações e guardava nos álbuns que a mãe comprava.

– Beto, pegue uma foto do nosso Jardim e faça um pôster pra botar na sala.

– Sim, mãe, fique aqui na frente dessa roseira.

Fez a foto e caprichou no pôster.

As pessoas que chegavam lá ela falava, com orgulho: – foi Humberto quem fez.

– Esse menino é muito inteligente. Vai ser um grande fotógrafo.

Com o tempo Beto foi fotógrafo mais as paisagens, praias, cachoeiras, riachos, lagos e ambientes rústicos.

– Faço isso pras pessoas se lembrarem, no futuro, como eram esses lugares.

Não gostava de fotografar pessoas no estúdio que, aliás, nem tinha.

Seu foco era a natureza considerado por ele como “sinais de Deus”.

Beto só andava com a câmera a tira colo e o inseparável boné, pra proteger do sol.

Uma vez foi fazer uma foto da solenidade na Assembleia Legislativa e não deixaram ele entrar de boné.

Foi preciso o presidente chegar e autorizar ele entrar depois de muita confusão com a segurança.

– De hoje em diante Beto pode entrar aqui usando boné.

Assinou uma autorização e ele passou a entrar na Assembleia de boné e câmera um punho, para insatisfação dos seguranças.

A maior satisfação de Beto foi quando ele comprou um Drone.

– Fazer fotos aéreas com o Drone é uma beleza.

Desfiles militares e cidades do interior era seu novo hobby.

– Dá até pra ganhar dinheiro com isso.

Uma vez ele fotografou o porto de Natal e a foto foi publicada na Revista Veja, sem sua autorização.

Beto entrou com uma ação judicial e ganhou 30 mil reais.

– Por isso toda foto publicada na imprensa tem que ter o nome do fotógrafo ao lado, por uma questão de preservar o direito autoral.

Nessas andanças Beto conheceu Luiza, estudante de arquitetura e passou a fotografar ambientes.

Ganhou um prêmio da revista Casa e Jardim e ficou muito grato a Luiza.

Viajaram juntos pra exposição da Casa Cor no Rio de Janeiro e ela voltou grávida.

Resolveram morar juntos em Petrópolis.

Alugaram uma casa na Rua 2 de novembro, em frente ao mar da praia do meio e fazia fotos do amanhecer e da Lua cheia refletindo nas águas paradas do mar.

Quando sua primeira folha nasceu, Beto fotografou todo o parto com a permissão do Dr. Vladimir.

Beto passou a ser conhecido respeitado no meio profissional e chegou a ser diretor do Sindjor, Sindicato da categoria.

Ele, Luiza e Rebeca, sua filha, fizeram um viagem a Portugal e fotografaram lugares históricos de lá, entre os quais o Castelo de Batalha, Óbidos as Cerâmicas em Alcobaça, os vinhetas do Porto, a Universidade de Coimbra, o mar de ondas gigantes em Nazaré e as ruas históricas em Leiria, palcos das histórias de Eça de Queirós.

Voltaram depois de dois meses de trabalho e realizaram um sonho: morar na praia.

Compraram um pequena casa na Redinha, ampliaram e foram viver seus sonhos.

Luiza montou seu escritório de arquitetura de interiores e acompanhada da filha Rebeca fazia grandes projetos.

Era uma família feliz e um dia encontrei eles no bar da dona Maria da Luz comem ginga com tapioca e perguntei:

– Humberto em quem você se inspirou pra sua profissão?

– Canindé Soares.

 

 

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para YouTube

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