VIRAMUNDO 160 –

Jackes França nasceu no sul da França e veio para o Brasil aos 10 anos.

Apaixonado pelo cinema francês curtia muito os mitos e as mulheres lindas e famosas.

Se encantou com o Rio de Janeiro e foi morar com pais em Ipanema, bum sobradinho da Rua Gomes Carneiro.

Um dia avistou Vinicius de Morais e Tom Jobim tomando chope num Bar do Veloso em plena Vieira Souto e depois soube que eles estavam ali compondo a música Garota de Ipanema, cantado por Frank Sinatra algum tempo depois.

Era “piolho” de praia e conheceu muita gente importante.

Uma dessas pessoas foi Walter Clark, figurão da Tv Globo.

WC levou Jackes pra conhecer a TV Globo em Jacarepaguá, nos estúdios.

Ficou deslumbrado e em pouco tempo estava ajudando diretores de novelas.

– Jackes o que você espera fazer aqui?

– Ser diretor de novelas.

Foi aprendendo português e as gírias cariocas.

Jackes era um francês alto, pele branca, olhos azuis, cabelos lisos, curtos meio assanhados parecendo com seu ídolo Jean-Paul Belmondo e isso abria as portas para contato com as mulheres, principalmente o franco-carioquês.

Ao usar um crachá com sua foto e a expressão “Assistente de produção”, as meninas o assediavam curtindo a possibilidade de se tornar estrela de novela.

Jackes, apesar de tímido, nunca dispensava uma namoradinha.

– Bicho, cuidado com a mulherada. Esse povo não é mole.

– Pode deixar, sou muito esperto pra me envolver.

‐ É, mas tenha cuidado.

Jackes, como auxiliar de produção foi escolhido para ajudar na seleção das atrizes e adorou conhecer Iris Mortágua, um mulherão em todos sentidos.

Paquerada por todos os diretores e atores da Globo, caiu nas graças do Jackes e foram jantar sozinhos no Restaurante do Copacabana Palace e depois alugaram um belo apartamento e se amaram a noite inteira.

Dia seguinte foram trabalhar normalmente e a moça foi a atriz principal da novela.

– Se deu bem, hein Jackes, com esse mulherão.

– Sim, estamos apaixonados e vamos nos casar.

– Você ta doido, bicho. Não precisa casar. Quando enjoar, separa. Nada é eterno.

– Nada disso. Quero um tratamento sério.

Viveram muito tempo juntos e quando a novela terminou, Jackes já estava de olho numa morena escultural vinda de Recife para se submeter a testes.

Esmeralda tinha 28 anos e era uma gatíssima de coxas grossas, bunda bem feita, seios firmes, cabelos ondulados e extremamente delicada e amável.

Conquistou o coração de Jackes que a levou pra conhecer a França e almoçar na Torre Eiffel, em Paris.

Na volta colocou-a para ser atriz principal numa novela de Jorge Amado.

Esmeralda e Jackes passaram a morar juntos e tiveram uma filha, Jaqueline.

Vieram muitas novelas e Jackes tentou o cinema.

Separou de Esmeralda com a filha e foi viver com com Anastácia, uma loiraça americana de seios enormes e rosto lindíssimo.

Passaram dois anos juntos até ela voltar pra Massachusetts, sozinha.

Jackes França envolveu-se com muitas mulheres mas sentia saudades da morenaça pernambucana.

Os dois separados voltaram a se encontrar na produção de uma novela Janete Clair com direção de Jackes.

Voltaram a morar juntos com a filha Jaqueline.

Encontrei-os almoçando no Jockey Clube, com um casal amigos e perguntei:

– Jackes França em quem você se inspirou na sua vida profissional?

– Em Roger Vadin.

 

 

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para YouTube

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