VIRAMUNDO 123 –

Marcília Maravilha era pseudônimo de Elisabete Martinez, que saiu de Morinhos, interior de Goiás e foi morar em Goiânia, capital do estado.

Na casa do tio Anacleto, no setor Vila Nova, aos 12 aos, ela pegava o violão que aprendeu a tocar sozinha e canta suas próprias composições.

– Marcília cante umas músicas mais conhecida.

– Não, tio. Canto o que eu mesma faço. Um dia vou ter muito sucesso.

– Mas você canta coisa a adulto. Não fica bem para uma criança.

– Ah! Não ligo pra isso.

– De onde você tira essas histórias.

– Da minha cabeça mesmo, ouvindo vocês falarem em “cornagem”, traições, separações, essas coisas.

Marcília gostava de tudo mas aos pouco foi criando seu próprio estilo musical.

Aos 16 anos tocava em barzinhos dos amigos do tio Anacleto e com a voz estridente, alta, chamava a atenção das pessoas.

Um dia Gilson, cantor de música sertaneja, levou-a para assistir um show de Leonardo e ela se apaixonou.

Aquele barulho, as luzes frenéticas, o palco agitado, as bailarinas dançando alegremente ao redor de Leonardo.

– Vou ser cantora de sucesso, tio, pode crer.

– Vou torcer pra que isso aconteça.

Quando Leonardo cantou “Pense em mim” ela desmaiou e chorou a música toda.

‐ É esse tipo de música que eu gosto.

– Então siga esse foco.

– Sim, mas do meu jeito.

Marcília Maravilha apresentou-se pela primeira vez no programa Teixeira Neto Total, na TV Anhanguera, aos sábados a tarde e chamou atenção pelo estilo diferente de cantar dançando.

Aos 20 anos lançou seu primeiro CD e vídeo interpretando sua músicas de “cornagem” que depois passou a se chamar de “sofrência”.

Nos shows o público cantava junto e ela adorava.

Saiu da casa dos tios e foi morar num apartamento com duas amigas, também cantoras Juliana e Julinha. As vezes cantava junto com elas, em shows, formando um trio feminino.

A gordura incomodava e fez operação bariátrica e ficou linda, com um corpo charmoso e os cabelos loiros embelezavam sua fisionomia.

Nos barzinhos cantava e gostava de cerveja e as amigas diziam que ela iria engordado de novo.

– Cerveja não engorda. Quem faz isso é o tira gosto.

– É verdade.

Numa dessas noitadas conheceu Alexandre que logo se tornou seu fã e tiveram 1 filho, Marquinho.

Como viajava muito o menino ficava com a avó e algumas vezes com o pai.

Eles se separaram dois anos depois.

Essa separação rendeu muitas composições que foram sucesso e seu prestígio aumentava cada vez mais.

Se tornou amiga de Roberta Miranda e cantores de música romântica.
Fez um show no Rio de Janeiro pela Multishow que foi uma apoteose, sua consagração.

Daí recebeu convites pra cantar no México e Estados Unidos.
Em pleno auge do sucesso encontro Marcília com o filho Marquinhos, Alexandre, o ex-marido e sua mãe na Churrascaria Gaúcha, na Praça Almirante Tamandaré, e perguntei:

– Em que você se inspirou para viver assim?

– Marília Mendonça.

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube

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