VIRAMUNDO 106 –

Maria Eduarda nasceu em Baixa Verde, atual João Câmara, e era uma menina namoradeira.

Tinha 11 irmãs e era a caçula. Era meio feinha, branca demais, cabelos escuros, sobrancelhas grossas e olhos verdes.

Suas mãos eram finas e macias como as pernas, mas na adolescência os seios começaram a crescer e isso chamava a atenção de todos, principalmente dos rapazes e coleguinhas da escola secundária onde estudava.

Veio morar em Natal com os pais. A mãe, dona Franciele, vendia joias e levava a filha como companhia, nas visitas que fazia, “pra não andar sozinha”, e ninguém falar mal dela.

Foram morar na zona norte e Madá, seu apelido de infância, mexia com o coração dos meninos e provocava ciúmes das amigas.

Madá costumava tomar os namorados delas e quando ela descoberto Madá acabava o namoro e partia pra outro.

Seduzia a todos com aquele olhar esverdeado e sensual.

– Madá, você não respeita ninguém, até homem casado você quer namorar.

– Adoro paquerar. As vezes dá certo, ser o centro das atenções e se sentir gostosa.

Com o sexo correndo em suas veias fez sexo num sábado de manhã na Praia de Santa Rita, com Alfredinho, rapazinho que frequentava a Igreja, atrás das pedras que ficaram manchadas do sangue da virgindade.

Sentiu-se livre, leve e solta e tinha um sonho: ter um filho.

Casou com Martinho, cozinheiro que trabalhava numa empresa terceirizada da Petrobras e fazia excelentes pizzas.

Martinho era magrinho, tímido e muito na dele, o que Madá se apaixonou perdidamente.

Tiveram um filho, Rodrigo e viveram felizes até os primeiros 12 anos de casamento quando Martinho começou a se viciar em drogas, principalmente a maconha.

Martinho arranjava uma namoradas e deixava Madá sozinha em casa com o filho e as vezes passava dias desaparecido.

O casamento acabou mas continuavam morando juntos num clima horrível de agressões.

Daí Madá, revoltada, jogou a aliança fora e voltou a paquerar quem aparecesse, como fuga e vingança.

Conheceu Alaot, motorista de ambulância meio aviadado, e passaram o dia no motel “tirando o atraso”.

Ele roubou a calcinha cor-de-rosa dela pra se lembrar daquela aventura e se apaixonou.

– Foi um dia inesquecível. Mas nunca mais quis negócio com ele, que me enche o saco até hoje .

– E Martinho sabe dessas suas aventuras?

– Não quero saber. Não gosto mais dele, apesar de ser  “o pai do meu filho”, viver na mesma casa, mas a gente não tem mais relações íntimas. Tomei abuso.

– Vots, e como você faz?

– Fui pras redes sociais onde mando minhas fotos sensuais, e tenho meus fãs que me preenchem o tempo.

Madá tinha um problema sério de respiração e pela internet conheceu um cantor português que veio a Natal, pagou sua cirurgia e quis levá-la para Portugal mas Martinho não permitiu e ele voltou sozinho.

Madá se envolveu com outros homens e pelo Instagram “se vendia” e era assediada constantemente o que incomodava seus namorados.

– Gosto de me comunicar e ninguém tem nada com isso.

Apesar de 5 mil seguidores, continuava frustrada sem marido nem namorado.

Vivia de aparência, sim compromisso e se preocupando com a vida

Adibal, aos 40 anos com um filho de 19, um curso superior e desempregada, as coisas nãáo iam bem.

A vida frustrada de Madá era visível.

Doente, morando com o marido, o filho e criando dois cachorros, seus dias sem esperanças e tulmultuados eran desesperadores.

Encontrei com a “família” lancham no Café Black, quiosque na feira d Soledade 2, na zona norte de Natal e perguntei:

– Madá em quem você se inspira pra viver assim:

– Sônia Braga.

 

 

 

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube.

As opiniões emitidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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