VIRAMUDNO 182 –

Salomé dos Santos nasceu nos idos de 1972 em Natal, na antiga maternidade Januário Cicco.

Enfermaria cheia de mulheres pobres, pouca roupa e muita choradeira.

Era feinha a coitada da Salomé e dona Severina, sua mãe, soluçava de tanta emoção em ver a filha saudável.

Dois dias depois foram pra casa e lá o conforto simples se fez presente.

De repente Salomé se transformou numa linda moça, adolescente, alva de pernas bem feitas e cabeça idem.

Estudava no Colégio Maria Auxiliadora, pertinho de casa de onde ia a pé pra escola.

Cheia de amigas, Salomé se destacava pela altura e pelo lindo sorriso espontâneo e acolhedor.

Usava a saia do uniforme dobrada na cintura, encurtando-a deixando os belos joelhos a amostra.

Os amiguinhos ficavam loucos com tanta formosura.

Conheceu Vitor, filho do dono da Concessionária Ford em Natal e só andava de carro com motorista. Muita mordomia e paixão.

Casaram, tiveram 3 filhos e uma vida de gente rica, morando num belo apartamento de cobertura na av. Getúlio Vargas, em frente ao mar da Praia do Meio.

Vitor era um rapaz muito tímido e recatado, o que incomodava muito a Salomé, extrovertido e que gostava muito de feiras e embalou.

Separaram e Salomé foi morar em Recife com um amigo de Vitor, o Samuel, um judeu endinheirado dono de uma grande churrascaria em Boa Viagem.

Salomé passou a curtir intensamente pernambucana e começou a se viciar em drogas, incentivava pelo namorado.

Rica, bonita e quase solteira recebeu o apelido de “pantera potiguar”?

Salomé não tinha pudor, nem respeitava ninguém.

Paquerava homens e mulheres e as paixões eram intensas.

– Salomé, aquele homem não tira os olhos de cima de você.

– Qual?

– Aquele dr camisa social amarelo, ao lado milher, Nicinha, minha amiga.

– Ele é lindo. O tipo do homem que eu gosto. Me apresenta.

– Sim, mas não se meta com ele.

A apresentação foi formal e ele convidou-a a sentar-ss na mesa com a esposa.

Conversaram e ela sentiu uma atração por aquele homem e trocaram telefones discretamente.

Semana seguinte eles se encontraram pra jantar num luxuoso restaurante em Olinda e começaram a namorar.

Silvio saiu de casa e foi morar com Salomé no apartamento dela.

Um escândalo onde toda a sociedade comentou a traição.

Silvio e Salomé formavam um casal bonito e a paixão deles contaminava todos.

Salomé, mesmo vivendo com Silvinho não deixava de paquerar homens nas festinhas que ia acompanhada e isso gerava uma ciumeira danado.

– Salomé por que você não se contenta com seu namorado?

– Porque sou insaciável e eu quero é mais.

– Isso pode trazer problema pra você

– Não me preocupo. Ninguém é de ninguém.

Numa dessas vindas a Natal, Salomé se encontrava com amigos pra curtir a noite.

Encontrei-me com Salomé e uma amiga tomando uísque e se divertindo com as strippers no Clube Privé Senzala, de Ponta Negra e perguntei em quem ela se inspirava pra viver tão intensamente e ela respondeu:

– Em Angela Diniz, a Pantera de Minas.

 

 

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para YouTube

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