VÍCIOS E VIRTUDES –
Churchill dizia, a respeito de um de seus adversários políticos: tem todas as virtudes que não aprecio, e nenhum dos vícios que eu adoro. Embora sem querer me parecer com Churchill, uma das maiores figuras do século passado, também tenho meus vícios e virtudes. Sobre as virtudes, que falem meus amigos. Uma, porém, faço questão de afirmar: paciência, curta. Sobre vícios, falo eu.
Um dos meus vícios prediletos é sair com meus netos, sábados com uns, domingos com outros, para almoçar em algum lugar da cidade. Por que um dia com uns, outro com outros? Para encontrar lugares com facilidade. Geralmente somos quatro, às vezes cinco. Nos restaurantes que costumo frequentar, arranjar uma mesa é uma novela. Portanto, saio cedo, no máximo 12:30, para assegurar lugares sem ter que esperar muito.
E aí pratico um dos meus vícios favoritos; tomar uma dose de whisky. Gosto de tomar um whisky, no máximo dois. Li num livro sobre a bebida e, entre outros comentários, dizia que você deveria colocar um pouco d’água para abrir o buquê. Faço isso, com mineral com gás. Dizia também, comentando sobre os bons bebedores de whisky, que Churchill só tomava “Red Label”. Em sempre gostei de “Black”, mas, com a opinião de um “expert” como ele, resolvi experimentar. Não me acostumei, e voltei para o meu preferido. Tomo, como disse, uma dose, no máximo duas. E, aviso aos navegantes, não dirijo. Os netos, que só tomam Coca, fazem isso por mim.
Tento manter esse vício semanalmente. É uma oportunidade de vê-los, conversarmos, trocarmos ideias e opiniões, saber as novidades de cada um. Como todos trabalham, esse encontro semanal é saudável, uma forma de convivermos mais assiduamente.
Um comentário de uma coisa que me intriga. Às vezes, preparo uma dose idêntica em casa. Mesmo whisky, mesma quantidade, mesma água, mais o gosto não é o mesmo do restaurante. O de lá é sempre melhor. Até hoje não encontrei uma explicação. Talvez o ambiente, as companhias, eu não ter que preparar. Acho isso extraordinário. O whisky de casa nunca é igual ao do restaurante.
Um outro vício meu é ver esportes na TV. Os noticiários são repetitivos. Vendo um, viu todos. E os de Natal são insuportáveis. Sempre na porta de uma delegacia. Nada além de crimes, roubos, falcatruas, E, quando mudam alguma coisa, é para repetir algo que você já viu no noticiário nacional e geralmente também nas delegacias. Filmes, me cansam, com algumas exceções. Portanto, me dedico aos esportes. Futebol, basquete, vôlei, rúgbi, tênis, qualquer um me satisfaz. Tento assistir todos os jogos europeus, que tem os melhores times do mundo. E tenho aí minhas preferências, os campeonatos inglês, alemão, italiano e francês, nessa ordem.
E, de forma resumida, mostro a vocês os meus vícios, para mim aparentemente sadios. Há quem não ache. Paciência, curta.

Dalton Mello de Andrade – Escritor, ex-secretário da Educação do RN

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