VEXAME –

Um mês. Na quinta-feira última, dia 14 de março, transcorreram trinta dias desde a fuga de dois meliantes de alta periculosidade do presídio de segurança máxima de Mossoró/RN. A situação está causando alto grau de desconforto para o Governo Federal, fato comprovado com a vinda ao nosso estado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por duas vezes nesse período.

Pudera. Armou-se um aparato semelhante ou maior, que o da busca nos EUA ao fugitivo da cadeia do Condado de Chester, no estado americano da Pensilvânia. O brasileiro, Danilo Cavalcante, condenado à prisão perpétua, estava enclausurado num presídio classificado como ‘supermax’ – segurança máxima -, por matar a ex-namorada, Débora Brandão, em 2021, diante dos filhos dela.

Em 31 de agosto de 2023, Danilo evadiu-se da clausura de forma cinematográfica. Um aparato de centenas de policiais – algo no entorno de 500 homens -, foi mobilizado para a captura do assassino, utilizando veículos, helicópteros, drones e cães farejadores. Em 14 dias o indivíduo foi encontrado e encarcerado, novamente.

Voltando ao Rio Grande do Norte. Rogério da Silva Mendonça, o Martelo, e Deibson Cabral, o Tatu, continuam soltos. A operação de busca aos fugitivos do presídio de Mossoró em nada fica a dever à caçada para a prisão de Danilo, nos Estados Unidos.  O detalhe está no período de captura. Lá, prenderam o assassino em 14 dias; aqui, passados mais de 30 dias, ninguém sabe precisar o tempo para o encarceramento dos fugitivos.

Nessa altura dos acontecimentos o impasse está formado: parar ou continuar com a busca? Eis a questão! Caso desista, o governo federal ficará mal na história deixando o crime organizado com os louros de uma fuga bem-sucedida. Por outro lado, existe o risco de se tornar inviável a permanência da campana por longo tempo, em razão do elevado custo de manutenção da operação sem perspectivas concretas do bom resultado esperado, qual seja, a prisão dos bandidos.

Chegou-me às mãos um texto com a sugestão de utilizarem vaqueiros nordestinos na busca da dupla de fugitivos do presídio de Mossoró. Por que, não? Desde que paramentados com seus uniformes típicos compostos de guarda-peitos, luvas, perneiras, botinas, chapéu e gibão, o mesmo com o qual vagueiam pelo mato para resgatar o gado extraviado.

Tais vaqueiros, montando cavalos nordestinos, acostumados a transitar pela Caatinga por entre a flora composta de juazeiros, acácias, cumarus, macambiras, aroeiras e xique-xiques, bem que ajudariam no encalço dos bandidos em razão da rapidez de locomoção deles. Sem dúvida, seria um complemento valioso ao aparato pessoal e tecnológico já montado na região.

Lógico que esperamos que esse embate privilegie a Justiça mediante a prisão dos condenados. Mas, quem garante que os criminosos ainda se encontram no perímetro do cerco? Sim, existe a possibilidade de evasão deles da área controlada, por mais rigorosa que seja a vigília. Se conseguiram escapar, Martelo e Tatu, já devem estar bem distantes do foco dos acontecimentos.

Porém, caso o cerco tenha a eficiência apregoada a captura ocorrerá por um lance de sorte, um vacilo dos fugitivos ou pela exaustão física de ambos os condenados. Torçamos para que tal desfecho ocorra, pois, caso contrário, será um vexame descomunal para o Governo Federal.

 

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro Civil

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