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VAMOR FAZER MAIS –

Tem coisas que a gente não faz muito. Às vezes por causa da falta de tempo, da comodidade, da desnecessidade. Tem coisas que a gente esquece.

Ando pensado muito nesses blindspots que carrego no sub e no consciente e resolvi que é chegada a hora de trabalhar um pouco neles.

Gratidão: agradecer é mágico e especial. É um tipo de presente bumerangue que recebemos e devolvemos, não como forma de pagamento, mas como forma de amor. E eu gostaria de usar essa época, próximo às festividades natalinas, para agradecer pela primeira (ou mais uma) vez às pessoas ao meu redor que me dão amor, suporte, atenção, ouvidos, conselhos, abraços, palavras, ou mesmo aqueles que nos dão um bom dia, que nos tratam bem. E quero dizer que, nesse momento de reflexão, também quero ser assim, melhorar o que já consigo fazer e começar a fazer o muito que me falta para ser uma versão melhor de mim. E por isso agradeço a todos!

Perdão: o Natal está chegando, nossos corações se enchem com espírito do Cristo e se dispõem a perdoar. Às vezes, não conseguimos levar essa graça o ano inteiro. Mas, se tentarmos, um dia de cada vez, fica mais fácil, fica mais leve. À medida que damos e pedimos perdão, nos tornamos mais humildes, mais mansos, mais afetuosos, e mais próximos ficamos da caridade. Então, peço aos que feri que me perdoem, pois falhei, mas pretendo melhorar, burilar minhas ações, abrandar minhas palavras. Em algum tempo, verás que estou me transformando.

Justiça: também é outra coisa complicada, porque ela muda, caso a caso. Existem, porém, princípios básicos, primeiros passos para começarmos a entendê-la: não faça ao outro o que não deseja para si, não cutuque, nem por necessidade, a ferida do outro, trate-a com carinho, limpe-a com amor, não abuse sem necessidade e seja sempre gentil, pois sabemos como estamos por dentro, mas nunca temos a mesma certeza sobre o outro.

Dar: feche o olho. Não importa. Dê o que puder, uma palavra, um ombro, um par de ouvidos. Dê do seu suor, da sua paciência. Dando de coração, não importa como, aprendemos a amar o outro, independente de quem é esse outro. Aos poucos, devagar, ajudando a família, os amigos, os conhecidos, logo daremos tanto de nós que no nosso íntimo só haverá amor, sem precisar de reconhecimento, sem precisar olhar no olho do outro, porque saberemos que o amor já estará lá também.

Divida e multiplique: divida os problemas, eles ficam menos complexos, mais solucionáveis. Multiplique alegrias, sorrisos, abraços. Duas operações matemáticas que gostam de nos confundir, mas que, na vida, transformam nossos fardos, aliviam nossas lágrimas e se espalham pessoa a pessoa, como um vírus do bem, e nos transformam também!

Acima de tudo, ame. Ame a vida, receba com carinho as intempéries porque elas nos ensinam e testam nosso aprendizado. Ame a si mesmo, se cuide, se erga diante dos gigantes mal-humorados do cotidiano e veja que o seu amor também é contagioso. Ame de dentro para fora, todo dia, a cada hora. Trabalhe esse sentimento com calma para que possa fazer direito. Amar não é só dizer sim sempre, não é só sorrir na hora da foto ou da festa. Amar é unir corações com fios invisíveis que se atam cada vez mais forte, cada dia mais longe, e um dia todos juntos amaremos o mesmo amor, do mesmo jeito. Porque não existe amor de mãe, amor de amigo, amor de namoro. Existe amor simplesmente, único, puro e inextinguível.

Igualdade faz parte de tudo. Se perdoamos, se somos gratos, se amamos, se somos justos, sentimos tudo isso porque somos iguais. Somos iguais naquilo que realmente importa, somos a essência da igualdade, e o que nos separa são aspectos, escolhas, características que no final do dia não têm nenhuma importância. Somos humanos e passíveis de erros, mas somos humanos, então somos iguais.

 Sei que ainda há muito para se falar, para se tirar do baú e sacudir a poeira, para se colocar em uso, mas vamos dar pequenos passos, todos juntos, todo dia, e seremos os vencedores da nossa própria existência!

Ana Luiza Rabelo, advogada ([email protected])

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