VALEU A PENA! –

Comecei a atuar profissionalmente pela equipe do Alecrim FC no início da década de 1960, alçado que fui pelo convite do seu treinador, Pedrinho 40.

Fui, por ele, observado e convidado após um jogo preliminar no Estádio Juvenal Lamartine, atuando pela equipe juvenil do Riachuelo Atlético Clube (RAC), pertencente à Marinha de Guerra.

Aceitei o convite e já passei a ser aproveitado em alguns jogos na equipe titular esmeraldina, quando assinei o meu primeiro contrato como jogador profissional.

O time evoluiu muito bem, cresceu com aquisição de bons jogadores, graças ao empenho e à dedicação do seu Diretor de Futebol e “dono” do time, João Bastos de Santana (Seu Basto), assim chamado e conhecido.

Tinha, no comando técnico, a grande figura de codinome Geleia (um misto de alfaiate e treinador de futebol), com experiência vivida e vitoriosa nos times do bairro mais popular e populoso da cidade, o Alecrim.

Foi nessa época que a Diretoria do América FC pediu um afastamento temporário do certame oficial da cidade para investir pesado na construção da sua mega sede social. Assim sendo, o Alecrim FC assumiu a vaga e passou a ser considerado a segunda força do futebol potiguar. Com uma boa e bem armada equipe, conseguiu dois títulos nos anos de 1963 e 1964.

O América FC só retornou no ano de 1966, com uma participação pífia no certame potiguar. No ano seguinte, 1967, a equipe, sob o comando técnico do ex-jogador Osiel Lago, partiu em busca de títulos; o que veio a acontecer de forma brilhante, diante da forte e bem armada equipe do Riachuelo Atlético Clube (RAC), treinada pelo competente Tenente Level da Marinha de Guerra.

Fiz parte da equipe americana como lateral esquerdo. Apesar do meu exíguo tempo dividido entre o futebol e o estudo médico, valeu a pena!

Foi um momento de muita entrega e de muito sufoco, da minha parte, para poder conciliar o futebol profissional com o exigente curso médico.

Mas tudo correu e terminou bem; cumpri o juramento de encerrar a carreira de jogador profissional de futebol pelo time que havia escolhido quando ainda criança, para torcer e admirar: o América Futebol Clube; e a alegria e o prazer de cumprir o juramento a Hipócrates ao receber o Diploma de Médico pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Valeu a pena!

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor

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