UMA MENSAGEM DE SAUDADE –

Caros amigos/peladeiros de uma das mais antigas “peladas” do nosso país.

Não é fácil descrevê-la, é óbvio, daí a necessidade de deixar já registrada em livro a sua interminável história.

Aqui estou, na condição de um ex-peladeiro (o mais antigo, nada confortável!) sofrido e sofrendo por não estar ainda podendo trocar passes, conduzir jogadas com vocês atuantes. Mas, a vida é um ciclo, e todo ciclo tem começo, meio e fim. Cumpri o meu ciclo como atleta, o que muito representa e me orgulha.

Acredito ter sido um bom cumpridor de minhas tarefas no futebol, porém, como foi dito, meu ciclo nas 4 linhas do gramado chegou ao fim, infelizmente. Obrigado pela paciência, por ter me segurado, ter me aguentado e me “engolido” até os 76.

Aproveito esse momento para  prestar uma justa e oportuna homenagem a duas pessoas que deram, por dezenas de anos, a identidade, a importância maior e o respeito a essa cinquentenária confraria, conhecida como a “Pelada de Dinarte e Mariano”.

O primeiro — Dinarte —, o nosso líder maior, o mais antigo enquanto esteve conosco. Hoje, beirando os noventa e severamente atormentado pelas artroses nos joelhos, tornozelos e coluna  (que teima em querer tratar).

Pessoa simples, profissional gráfico respeitado, de comportamento social excêntrico; bom papo pré e pós pelada; sempre procurava não dar  muito valor à boa qualidade da sua equipe. Muitas vezes, era envolvido em “golpes” (malandragem, sabedoria, na boa) durante a escolha dos times, pelo seu rival. Tirava de letra e até gostava. A sua presença nos impunha respeito, e hoje sua ausência nos traz saudades inapagáveis.

O segundo, Mariano, que já habita um outro plano. Quem sabe tirando os times com São Pedro, nas peladas celestiais, e procurando, na inocência vencedora, driblar o nosso Santo Chaveiro na melhor tiragem da sua equipe.

Homem de um coração grande, porém leve e maneiro; grande fazedor do bem. De origem super humilde, ocupante e com formação profissional no SAM (Serviço de Assistência ao Menor), onde aprendeu o seu digno ofício  de gráfico. Excelente e dedicado profissional, super religioso, um exemplo de pai de família.

Nesse instante de reflexão, peço a todos um momento de reconhecimento, de gratidão para esses dois amigos, colegas, líderes, saudando-os com uma salva de palmas.

Um Feliz Natal e um Ano Novo de muita ventura!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  [email protected]

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