SÓ O AMOR NÃO É SUFICIENTE –

 

“Eu amo isso / Eu amo aquilo / Eu amo você / Eu amo a música que você escuta / Eu amo o amor com o qual você

 me ama / Eu só não sei tudo é amor.”(Josuá Costa)

Como sabermos o que realmente é o amor se não conhecemos as suas nuances?

É preciso que para entendê-lo desapeguemos do uso/desuso e do descuido com que empregamos em denominar tudo como ‘amor’. A maturidade da vida credencia-me a “perceber” (é muita pretensão) que o amor não tem causa e definição apenas com palavras. O amor me parece, e assim venho me aproximando dele, como uma compreensão completa do outro a quem expressamos esse ‘amor’.

Essa compreensão esbarra num ponto ‘filo/psico’ crítico, uma vez que o outro se veste de personalidades para dar ao alter ego o disfarce que pode negar a aceitação desse ‘amor’ que verdadeiramente não sabemos o que é e como é.

Abre-se quatro perspectivas para o trânsito do chamado ‘amor’: o Aparente do aparente, o Aparente do oculto, o Oculto do aparente e o Oculto do oculto.

Na primeira (Aparente do aparente) é mostrado uma forma de ‘amor’ e essa forma é percebida e aceita tanto pelo doador como pelo receptor, pois ambos assim entendem essa ‘essência’ como amor.

Na segunda (Aparente do oculto), o doador, mesmo não manifestando – em pensamento, palavras e ação -, tem a percepção do outro, de que, nas formas e atitudes, ali está presente a ‘essência’ do amor.

Na terceira (Oculto do aparente), por mais que o doador se esforce, por mais que coloque em prática o que conhece e o que se afina como o ‘amor’, não é aceito pelo outro como tal. É como se os modelos, de um e do outro, não se entendessem e consequentemente, por mais aparente que possa parecer ao doador, oculto se faz ao receptor.

Na quarta (Oculto do oculto), a indiferença é a vitrine de ambos: nem o doador nem o receptor entendem e percebem a presença da ‘essência’ do que seja esse ‘amor’.

Novamente nos deparamos com outra dimensão que é o que chamamos de “essência”. A essência presume ser única, pois é consubstancialmente o mais básico, o mais central, a mais importante característica de algo ou alguma coisa, mas quando se trata de ‘humano’ a minha e a sua essência pode divergir por vivências e experiências de cada um de nós e, mesmo que tenham alguma afinidade, ainda assim podem ter pesos e medidas que não se aquilatam.

Se estabeleceu(sic) que, “para amar é necessário primeiro amar a si mesmo”. Tenho sobre isso alguns pontos de interrogações que me levam a não chancelar integralmente esse, digamos, conceito firmado pelo ‘ouvi e estou repetindo’. Surpreende por não buscarmos, em seu entorno, as camadas psicossociais a que estamos inseridos, e, que certamente é diferente de um para o outro indivíduo. Essa condição engessa a ‘essência’, nata, por sermos constituídos de porções humanas e divinas (somos feitos do amor de Deus à Sua imagem e semelhança”).

Assim, entendo, que todos, indistintamente, podemos amar, mesmo que a minha a sua existência seja tenebrosa e dificultosa em aceitar que, mesmo assim, poderemos manifestar alguma forma de amor.

A alma é desejosa em manifestar amor, pois ela é plena de liberdade na medida em que ama ao seu modo. Isso, por si só, desautoriza que para amar (em todas as suas formas) o outro, seja necessário amar-se primeiro. Quem de nós somos juízes e doutores em afirmar o que existe no interior da ‘alma’ de cada um?

Portanto, entendo que só o amor não é suficiente, mas é a base para que cada um de nós possamos com ele e através dele, aceitar e, também, gerar atitudes que sirvam de exemplo para aqueles que, ainda, apenas não se permitiram (consciente ou inconscientemente) a manifestação plena do que seja verdadeiramente amar.

Em 1 Coríntios 13:4-7, temos “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Como você entende e tem manifestado o ‘amor’ em sua vida?

 

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

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