O combate às endemias em Natal é feito por 485 agentes, mas com a greve 50% estão parados. Ontem, eles saíram às ruas em protesto

A greve dos servidores municipais de Natal entrou ontem em seu terceiro dia e continua por tempo indeterminado, sem qualquer perspectiva de quando será encerrada. O chefe de Gabinete Civil da Prefeitura, Jonny Costa, recebeu no final da manhã uma comissão do movimento e explicou que o momento é de crise econômica e de contenção de despesas, por isso o Município não tem receita para cumprir a lei da data-base — principal reivindicação dos servidores.

“O pleito é justo, mas o governo não reúne as condições arrecadatórias para fazer a reposição”, disse o chefe de gabinete, que pediu aos sindicatos um voto de confiança, alegando que a Prefeitura tem demonstrado compromisso com as categorias.

Integrante da comissão recebida no Gabinete Civil, o presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde de Natal (Sindas), Cosmo Mariz, classificou as explicações dadas pelo representante da Prefeitura  como  “choradeira” e disse que os servidores só cogitarão voltar ao trabalho quando receberem uma contraproposta do governo para suas reivindicações. “A Prefeitura usa como justificativa a crise econômica, mas antes dessa crise a conversa era a mesma: que não tinha dinheiro”, disse o sindicalista.

Segundo explicou a coordenadora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat), Soraya Godeiro, a data-base deve, por lei, ser reajustada anualmente em todo mês de março, mas a Prefeitura não tem cumprido.

Ontem pela manhã, os servidores fizeram uma caminhada da praça Tamandaré, no Alecrim, até a sede da Prefeitura de Natal, na Cidade Alta. Com faixas e gritando palavras de ordem, permaneceram  na frente do Palácio Felipe Camarão até perto de meio-dia, quando o chefe de Gabinete Civil, Jonny Costa, recebeu em sua sala uma comissão do movimento.

O gestor tentou sensibilizar os grevistas mostrando a situação financeira do Município, que necessita cortar, no mínimo, 25%  dos gastos, por determinação do prefeito Carlos Eduardo Alves.   “A crise econômica é geral. Afeta estados, municípios e União. Estamos preocupados com o pagamento dos funcionários e em potencializar a arrecadação municipal”, disse. Os representantes do movimento, no entanto, não querem apenas justificativas. Eles cobram uma contraproposta.

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