Thomas Traumann entrega o cargo e a presidente aceita

Uma semana depois de o portal do jornal O Estado de São Paulo divulgar com documento reservado do Palácio do Planalto que vê “caos político” e critica a “comunicação errática” do governo, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Thomas Traumann, pediu ontem demissão do cargo à presidente Dilma Rousseff. Em nota distribuída à imprensa, a Presidência da República comunicou que Dilma aceitou o pedido e “agradeceu a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro e porta-voz”. A Presidência não informou o sucessor de Traumann na Secom – por enquanto, a pasta será comandada pelo secretário-executivo Roberto Messias.

A saída de Traumann já era esperada pelo governo, após a divulgação de documento da Secom que reconhece que o governo tem adotado uma comunicação “errática” desde a reeleição da presidente. Segundo a reportagem apurou, Dilma ficou muito irritada, incomodada e chateada com a divulgação do documento da Secom, um gesto considerado “traição” por auxiliares.

O documento afirma que os apoiadores da presidente estão levando uma “goleada” da oposição nas redes sociais e aponta como saída o investimento maciço em publicidade oficial em São Paulo, cidade administrada por Fernando Haddad (PT), que se tornou o epicentro das manifestações de 15 de março contra Dilma.

Enquanto não há definição quanto ao sucessor de Traumann, estão em estudo duas possibilidades: manter o atual modelo em vigor da Secom ou atribuir a um auxiliar palaciano exclusivamente as funções da área de publicidade, enquanto a Secretaria de Imprensa cuidaria da relação com a mídia. Para a chefia da Secom, estão cotados os nomes do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) e do jornalista Américo Martins, diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Apesar da pressão do PMDB e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma resiste em fazer uma reforma ministerial mais ampla e profunda.  Além do novo titular da Secom, Dilma deve definir o sucessor de Cid Gomes no Ministério da Educação (MEC), que vem sendo chefiado interinamente pelo secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa.

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