SABORES DO MUNDO –

Nos últimos anos, antes da pandemia, em companhia de Ana viajei bastante, sempre querendo mais. Mal terminada a aventura já penso em repeti-la. Constantemente relembro os lugares que passei, os monumentos que conheci e até os alimentos que provei. Alguns estranhos, mas confesso, inesquecíveis. Nunca fui de experimentar, cobras, escorpiões, formigas ou cavalos, mas jamais deixei de provar manjares típicos da região.

Certa vez aprendi que os escritos, são extensões da memória. por este motivo, sempre que estou a perambular planeta afora, registro tudo o que faço e vejo, em caderninho, espécie de diário. No final de 2019, retornei de uma viagem por países do outro lado do mundo: Os mesmos que quase foram devastados pela ação perniciosa do coronavírus, que aportou na região, poucos dias após minha saída.

Imaginava já conhecer de tudo, quando em Siem Riep, no Cambodja, lendo as ofertas de certo cardápio resolvi provar o “Tofu Fedido”, um prato local dos mais emblemáticos. O odor da fermentação da iguaria, pareceu incrustar-se em minhas narinas, mas o seu lendário “sabor divino” realmente fez valer o esforço.

Antes, em território chinês, degustara o “Pato a Pequim”, assado lentamente no forno, com a pele coberta de xarope de maltose, e tão crocante e saborosa que os restaurantes a servem bem mais do que a carne da ave. Em Kuala Lumpur, provei o famoso “Penang Assamlaksa”, manjar muito popular da Malásia composto de um viciante caldo de peixe apimentado e agridoce com macarrão. Em Hanói, no Vietnam, me encantei com o “Pho”, quitute de preferência nacional: apenas um caldo, macarrão de arroz fresco, algumas ervas e geralmente frango ou carne bovina. Apesar de simples, é inesquecível, porque aromático, saboroso e equilibrado.

Às margens do Chao Phraya, rio que corta Bangkok, provei não somente o “Curry Massaman”, considerado o rei de todos os alimentos da Tailândia, picante, com sabor puxando para o coco, adulcicado e delicioso, mas também não resistindo aos encantos do “Tom Yum Goong”, saudável sopa reunindo sabores inesquecíveis, provenientes do camarão, cogumelos, tomates, erva-cidreira, gengibre e folhas de limão kaffir. E o “Arroz de Frango” de Singapura? Nele o galináceo é cozido na água ou vapor, sendo servido sobre arroz oleoso e aromático, com pepino fatiado como decoração.

Nunca duvidei da afirmativa que a boa alimentação e pratica de atividades físicas, curam mais do que remédios e, certamente por isto, sempre estou por aí, não somente correndo nas ruas do mundo, como conhecendo as culinárias locais: Crepe Mossala Dosa na Índia; Paella de Frutos do Mar na Espanha; batata frita coberta com queijo de qualho e molho de carne, batizada de Poutine, no Canadá; Tacos, no México; Torrada Francesa em Hong Kong; a pasta feita com grão de bico, alho, suco de limão e tahine denominada de Homs em Dubai; Presunto de Parma na Itália; Arepas na Venezuela; Bunny Chow na África do Sul; Pastel de Belém em Portugal; ou bolinho Pierogi em Cracóvia na Polônia.

Nada, contudo se compara à delicia da costela assada de carneiro e da carne de sol na nata, preparadas por vovó Bazinha, lá no sertão de Caicó da minha inesquecível infância.

 

 

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

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