ddddd85900826-income-inequality

O Brasil avançou muito nos últimos 10 anos do ponto de vista social, mas parcela das conquistas começou a ser perdida com a forte recessão na qual o país mergulhou — a economia está em contração há 18 meses seguidos. O mercado de trabalho, que vinha passando por um grande processo de formalização da mão de obra, começou a perder força, e as maiores vítimas são as mulheres e os jovens. O desemprego veio acompanhado da fragilidade da renda, devido à disparada da inflação, como mostra a síntese social do país divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Com o enfraquecimento do mercado de trabalho, o Brasil voltou a conviver com o risco de aumento das desigualdades, que continuam gritantes, mesmo com todos os avanços observados na última década. Apesar de serem maioria da população, 53,6%, oito em cada 10 negros e pardos estão entre os 10% com os menores rendimentos. Eles representam somente 17,4% do 1% com rendas mais elevadas. “Já é maior a proporção de negros e pardos no país, porém, essa população ainda é pouco representativa nos estratos de renda mais elevada”, disse André Simões, gerente de Indicadores Sociais do IBGE.

Na avaliação de especialistas, não há como se falar em melhorias sociais sem crescimento econômico com inflação sob controle. Desde que a presidente Dilma Rousseff tomou posse, em 2011, a inflação ganhou força, passando de 10%, e o Produto Interno Bruto (PIB) derreteu. Há o risco de o Brasil registrar três anos seguidos de contração, fato inédito desde que o IBGE passou a fazer esse tipo de levantamento, em 1901.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *