REFLEXÕES NUM FINAL DE MANHÃ –
Ontem, na parte final da manhã, durante a minha caminhada diária – apesar do adiantado da hora – eu me encontrei sozinho no meio de algumas árvores, sob a proteção de suas acolhedoras sombras. Olhei ao redor e vi muitos edifícios e casas que compõe um conjunto desigual, onde o belo não existe, e a desarmonia arquitetônica ainda não terminou o seu trabalho…
De súbito, me bateu um momento reflexão. Comecei a lembrar da minha trajetória até chegar aqui, agora, naquele momento, onde ainda continuo em busca de mim. Afinal são sessenta anos percorridos por estradas quase sempre esburacadas e atalhos onde habitavam meus medos e pesadelos.
Venho conseguindo superar todos os percalços com inteligência, mas com e pouca sabedoria, pois o estudo foi pouco. Contando também com a ajuda de muita gente boa e principalmente com o meu Deus. Com quem costumo conversar sem a intermediação dos religiosos, que quase sempre abomino, com honrosas exceções.
Pernambucano de nascimento, eu vim morar no Rio Grande do Norte ainda criança, juntamente com os meus pais. Para minha sorte e felicidade, tornei-me mais um Papa Jerimum. Não que desgoste de Pernambuco, ao contrário. Mas aqui finquei as minhas raízes e vivo feliz. E tenho a ousadia de dizer: não troco Natal por lugar algum. Pois afinal, como viver sem Natal?
Assim como a minha querida Natal, que está crescendo, mesmo em desarmonia arquitetônica, e busca uma saída pra sua expansão, eu também continuo em busca de mim mesmo, apesar do adiantado do tempo. Mas, isso vai ficar pra uma outra conversa. Até lá!
Alberto Oliveira – Representante comercial aposentado
Suas palavras parecem versos para meus ouvidos. Parabéns Sr. Alberto para mim muito poético!