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O superávit comercial deverá dobrar no ano que vem. Embora o aumento pareça positivo, ele esconde uma realidade perversa: o saldo tende a ser construído mais pela queda intensa das importações do que pelo aumento expressivo das exportações. Nas previsões dos analistas consultados pelo relatório Focus, organizado pelo Banco Central, o superávit do comércio brasileiro deverá aumentar de US$ 15 bilhões para US$ 31 bilhões entre 2015 e 2016.

O quadro, portanto, deverá repetir o cenário deste ano. As importações estão diminuindo e deverão continuar nessa trajetória por causa da recessão brasileira, a mais intensa desde 1990. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá recuar quase 4% e, no ano que vem, a queda estimada é de 3%. Com o recuo na atividade, a demanda por produtos importados, sobretudo os manufaturados, diminui.

“A recessão vai continuar, a inadimplência e o desemprego vão subir”, afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). “Com todo esse cenário, a demanda deve cair”, diz. Entre janeiro e novembro, as importações recuaram 23,1%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

As exportações brasileiras também estão em queda, e não deverão se recuperar com força no ano que vem – neste ano, o recuo será de 14,9%. O País tem sofrido com a menor cotação das commodities – 46% da pauta de exportação brasileira é de produtos básicos.

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