QUANTO TEMPO AINDA NOS RESTA? –

Poderia ser uma pergunta despretensiosa, não fosse o tum tum desorganizado que bate em meu peito, fazendo-me incerto a cada tempo que o ponteiro muda em progressão.

Essa indagação não nasceu do acaso. Ela se manifesta a cada olhar que direciono na tentativa de “equalizar” a energia que Lucas Josuá Rocha (amigão de vovô) irradia com a sua aguçada vivacidade, com a deste velho “guerreiro”.

Matematicamente são contas simples, onde as quatro operações são excessivas para se chegar ao resultado: quanto resta dessa troca de amor.

Para facilitar recorro aos instantes mágicos e restauradores que impulsionaram certos lapsos de alegria que fugiam de mim, tornando-me taciturno e reflexivo ao observar os controversos relacionamentos da atualidade.

Embora fugazes, a transformação em “pulsividade” surgia sempre da mesma fonte: Deus!

E, claro, do entender da Sua presença em cada pessoa que tenho o privilégio de me achegar, pelas múltiplas amizades por Ele permitidas.

Gosto muito de recorrer ao caminho percorrido e lembrar cada um dos amigos que fui encontrando e assimilando o que de melhor cada um me proporcionou, para que continuasse a receber o vento da gratidão na fronte erguida, pelo desejo de abraçar a todos.

Percebo, naquele infante, essa semelhança com a porção mais divina que o homem traz da gênese e, muita das vezes não se apercebe dessa benesse dado pelo Criador, como um elo de Sua presença.

Claro que como criança (digamos, um jovenzinho) precisa do seu espaço próprio, no sentido comum de cada geração. E nisso também recordo o quanto perambulava pelo “meu” mundo, descobrindo curiosamente cada “coisa” como inédita, e era.

Hoje entendo claramente o que diz em Romanos 12:2 – “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

O convívio com o “outro” foi alargando a malha da “minha” peneira, à medida que fui exercitando ano após ano, a enxergar a presença de Deus, na lágrima ou no sorriso visível que ali estava.

Por isso, observando daqui, a alegria de Lucas a cada mergulho nas águas condominiais, fico a refletir, com o olhar transbordado de carinho: quanto tempo ainda nos resta?

Claro que tempos iguais. Apenas pontos de referências simbolicamente opostos: o meu em contagem regressiva. O dele, somando infinitos.

Seja como for, “vovô te ama”.

Uh…uh…

Obrigado Senhor!

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *