Os Novos Olhares para o Brasil –

A Retomada das Boas Relações Internacionais Propõe Novas Pautas

À parte as instabilidades políticas que ainda pairam sobre a economia brasileira, que carece de moderação no trato dos desafios, conforme alinhei na coluna passada, boas expectativas estão postas nas relações internacionais. Isso posto, parece-me alentadores os sinais que bem podem definir a visita do Presidente Lula aos EUA.

Em primeiro plano, porque o conceito que se extrai da boa relação entre os dois países não se extrai pura e simplesmente dos perigosos consensos ideológicos praticados pelos governantes anteriores. Ou seja, passa a prevalecer agora o óbvio, pois acima de alucinações e supremacismos que emanavam de ideologias tão cáusticas para as partes, estão outros temas da hora, que refletem aspectos de sustentabilidade e humanização nas trocas, sejam comerciais ou não.

Em segundo, dentro dessa temática oportuna, sobressaem-se logo as discussões que envolvem as questões ambientais. De fato, os desafios que envolvem compromissos firmes com relação às mudanças climáticas e a “descarbonização” são decisões que urgem por soluções, tamanha é a situação da agressão, que põe sob risco à sustentabilidade do planeta. Assim, a chamada “pauta verde” dará início a um processo novo para o Brasil, tanto na essência do protagonismo de um tema que lhe cabe, como no sentido do afastamento daquela condição de pária mundial, que deixou o país integralmente de fora do contexto global.

Em terceiro, para dar brilho aos aspectos de uma humanização, que se revela como tão necessária nos dias de hoje, agirão em paralelo temas alinhados com os direitos humanos, muito bem sintonizados com valores fundamentais, tais como a defesa peremptória das instituições democráticas. Afinal, para ambos, um risco de ruptura que derivou de ameaças protagonizadas por quem abraça causas golpistas, autoritárias e de uma superioridade tal, que mexe com os sensos mais humanitários.

Por fim, nesse bojo de ações renovadas, uma possibilidade de encarar as relações comerciais como um esforço adicional, em nome de uma ordem econômica conjunta, que seja mais confiável, estável e exitosa. Dados recentes de instituições que tratam do comércio bilateral não só registram o bom momento que envolve os itens dos balanços de pagamentos. Tão bom quanto isso é seguir na aposta das boas e promissoras expectativas que cercam as atividades comerciais de ambos países. Tudo, enfim, se mostra como um ambiente propício, que poderá resultar em ganhos para as duas partes.

Nesse clima favorável de retomada das relações, que o Brasil não perca suas oportunidades por conta de discursos econômicos que tirem dele o fôlego econômico. É preciso mostrar para tão imporrante parceiro comercial que o ambiente econômico interno caminha para a estabilidade. Demonstrações de picos ideológicos que arrefeçam os ânimos, podem não se traduzir em novos investimentos, por exemplo.

Qual o segredo? É preciso gerar mais confiança e estabelecer a moderação como a moeda, diante dos conflitos que impõem as tais responsabilidades econômicas: monetária, fiscal e cambial. Tudo alinhado com uma sabida responsabilidade social, que clama por decisões políticas urgentes.

Vejamos os próximos capítulos, para posteriores reavaliações.

 

 

 

 

 

Alfredo Bertini – Economista 

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