ADAUTO MEDEIROS

            Sem dúvida que o título acima é uma contradição sem tamanho, mas infelizmente  é o que vivemos no Brasil. Temos um governo que pode fazer tudo. Quem não pode é o eleitor. Onde já se viu isso? Tal fato seria uma democracia? Bom, mas como no Brasil, estamos numa democracia, pelo menos no papel, quem está no poder pode fazer o que bem entende. Já o cidadão que é quem paga e sustenta o Estado nas três esferas do poder, não tem direito algum. Ou tem o mínimo de direito.

            Ora, como podemos ser vitimas do Estado e não termos os nossos direitos? Na verdade penso eu, não conhecemos os nossos direitos, como por exemplo, de ter de volta o dinheiro desviado pela classe politica. Sim, ter de volta porque o dinheiro roubado ou desviado é dinheiro nosso, da população, do contribuinte.

            E como podemos pensar em termos as mínimas condições na área de saúde, se o senado gasta sete vezes mais com a saúde dos senadores, ex-senadores e familiares? Essa gente consome mais de 70 milhões de reais com a saúde. Uma dinheirama. Como podemos falar em democracia se não sabemos quantas pessoas estão nas folhas de pagamentos nas câmaras de vereadores espelhadas pelo país, nas assembleias legislativas e no famoso Congresso Nacional?

            São esses absurdos que terminam por deixar o cidadão sem condições de entender esse país, diante de tanta falta de responsabilidade por parte das “autoridades” politicas. Somos na verdade escravizados por uma carga tributária, a maior do mundo, e não recebemos nada de volta. Tudo isto em nome da democracia que na verdade não existe, sendo mesmo a pior das ditaduras.

            Todos os dias ouço e leio a respeito da ditadura militar e ai eu pergunto: mudou alguma coisa depois da redemocratização? Nossos políticos melhoraram? As leis obrigando a classe politica a fazer pela população pelo menos o básico? Isso é democracia? Vivemos sob um Estado carcomido e injusto, e a pergunta é: tem alguma coisa que a população possa se beneficiar? Até agora não.

            A quebra da Petrobras atolada em uma dívida de 220 bilhões de reais é apenas um detalhe na administração pública e para quem não gosta ou concorda com o que está ai, o que tem que fazer parece ser apenas arrumar a roupa e ir embora. Mas como ir embora se nem o dinheiro da passagem o povo tem? Está na hora de mudar esse quadro.

Adauto Medeiros – engenheiro civil e empresário [email protected]

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