PERGUNTAS SEM RESPOSTAS – 

Quem sou eu?

De onde venho?

Para onde vou?

Há anos escuto e leio sobre estas três perguntas e nunca soube de alguém que se dispusesse a respondê-las com convicção. No entanto, é sabido que elas atravessam milênios e aguçam (será mesmo?) a curiosidade daqueles que perseguem as respostas. A mim soam sem muito sentido, uma vez que ao homem, por mais sábio que possa parecer, não foi dada a capacidade de conhecer a totalidade do seu presente, a do seu passado e a do seu futuro, além do que lhe é aparente.

Tempo se perde, desculpem os filósofos, os magos, os adivinhos, os regressores, os videntes, os futuristas, em quererem explicar as suas “respostas”, pois no âmago de cada ser, a parcela da essência divina e da carga espiritualista, não são suficientes e nem acessíveis aos seres que intitulam-se e agem como “humano”. Mesmo que este ser possa ser chamado de mente ou espírito e, que seja a única realidade, mesmo assim, nada sabe sobre si, sobre o ontem e sobre o amanhã, pois ele na sua integralidade não é divino.

Por mais que queira se explicar ao responder “quem sou eu” recairá sempre sobre o lado pessoal, onde a biografia prevalecerá: nome, filiação, idade, onde mora, o que faz, os hobby, os dons e até os planos para o futuro. Mas isso é o que ele próprio conhece e para tal não caberia pergunta alguma.

Infere-se ser improvável, no espectro da humanidade, ter respostas para “de onde vim” e “para onde vou”. Na primeira situação, eu nasço e ocupo o meu lugar no mundo, sem trazer nenhuma carta de apresentação, sem nenhuma indicação do meu sopro de vida. Eu estou “aqui”. Aqui vou me desenvolver física, mental e espiritualmente, conforme o ambiente, o contexto, a oportunidade, o acolhimento familiar. Na segunda, formado “personalidade”, carrego a carga acumulada pela vivência e pela experiência, porém o “mais adiante” em nada o duo – vivência e experiência, é-me dado a conhecê-lo.

Considero que a junção das três perguntas poderia ser: Sendo eu quem eu sou, estando aqui, em que eu poderia contribuir para ser uma pessoa melhor e contribuir para que o outro também possa ser?

A resposta, certamente, passa por uma série de atitudes que irão impulsionar o nosso ser na direção de sempre fazer o melhor onde estiver, onde passar e para onde for. Para isso precisaremos primordialmente nunca guardar mágoa de ninguém e nunca cultivar rancor, por menor que seja. Só essas condições já nos levarão aos  caminhos para sermos felizes, e assim sendo, teremos mais pessoas felizes ao nosso redor.

Em fazer o nosso melhor estaremos dotando o nosso espírito de mais alegria, de mais aclamação, de mais ânimo e de mais confiança. Isso tudo irá iluminar o amor que será refletido no outro e portanto tornando o convívio mais salutar e repleto de bênçãos divinas. Isso também nos fará  prestar atenção a quem nunca é notado, contribuindo assim para a minha e a sua felicidade.

O nosso melhor sorriso acolherá qualquer pergunta, mesmo as sem respostas.

 

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

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