Nada contra os ciclistas, até porque, como um atleta ainda ativo e admirador maior do esporte geral, jamais poderia me posicionar contrário a feliz ideia do Governo do Estado na construção da ciclovia na Rota do Sol. Porém, nas minhas constantes e já longas e vividas idas e vindas para a Praia de Pirangi/Parnamirim, ao pegar a estrada — Rota do Sol, atento, observo e  percebo algo estranho: primeiro, o pequeno número de ciclistas ocupando o útil e confortável percurso ciclístico construído; segundo: observo que o estreito e perigoso espaço que fica na estrada principal, foco maior e principal dos acidentes ciclísticos fatais, continua sendo muito ocupado, tanto na direção de ida, como na volta para Natal. Visão estranha, confusa e curiosa  para  os meus olhos e para minha cabeça. Pura e perigosa desobediência.

No empreendimento foram gastos alguns milhões de reais, em um momento de muita dificuldade pela qual o  Estado atravessa. O seu custo/benefício me pareceu inconsistente e duvidoso, quando analisado sem emoções. Não teria sido mais prudente e justo, uma vez que já possuímos uma longa e saudável ciclovia na Via Costeira, que esses milhões gastos fossem destinados para as prioridades cruciantes, indispensáveis e urgentíssimas, como as  áreas da Saúde, da  Segurança e  da Educação?

Observamos, literalmente,  que nesse caso a emoção falou mais alto e venceu a razão. As prioridades essenciais  ficam sempre para trás e caem no esquecimento daqueles que pensam pouco e fazem errado.

Infelizmente, as coisas estão sendo feitas pelo avesso e sem massa cinzenta.

É lamentável! O que fazer?

Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN – [email protected]

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