A PAUTA DA SEGURANÇA –
A segurança pública está na ordem do dia. É pauta atual e necessária. Ficou ainda mais evidenciada pela decisão do Governo Federal em intervir no Rio de Janeiro no que se refere a gerir o aparelho da segurança pública a partir das Forças Armadas. Decisão acertada dada a gravidade da situação.
 
Ocorre que, lamentavelmente, o problema não é apenas no Rio de Janeiro. Os grupos organizados estão também no Nordeste, sobretudo, atuando no tráfico de drogas e assaltos a agências bancárias e, pelas notícias reiteradas na imprensa local, presentes fortemente no Rio Grande do Norte. Algo bastante preocupante, tanto pelas vidas humanas que estão sendo abatidas em número significativo, quanto pelo custo da segurança pública na economia.
 
No ano de 2017, por exemplo, mais de 2400 homicídios foram registrados no Rio Grande do Norte, algo em torno de 06 pessoas mortas por dia. Se compararmos o número com a população de alguns municípios do interior do Estado veremos que, pelo menos, 06 municípios potiguares não contam com a população de 2400 pessoas.
 
Portanto, a grosso modo, perdemos uma pequena cidade com o número de pessoas abatidas pela violência em 2017. E apenas para realçar a gravidade do tema, um outro número impressionante vale registrar: nos últimos 07 anos, aproximadamente, 14.000 pessoas foram assassinadas no Rio Grande do Norte.
 
Os números refletem, segundo os analistas mais credenciados, a presença das organizações criminosas e o tráfico de drogas em diferentes recantos potiguares, com maior incidência em Natal, Região Metropolitana e Mossoró. Infelizmente, as notícias já registram ocorrências em todas as Regiões e em municípios até bem pouco tempo prestigiados pela paz.
 
O Governo Federal, com a iniciativa em relação ao Rio de Janeiro, demonstra, pelo menos, uma inquietude necessária diante do problema. Não pode ficar apenas na intervenção e também não deve se limitar ao Rio de Janeiro. A inteligência policial e a estratégia militar podem nos indicar, certamente, o melhor caminho, considerando que estamos, de fato, em guerra e a sociedade precisa fazer uma opção clara pela vida dos milhares de brasileiros que são honestos e trabalhadores, inclusive, de modo especial, a favor dos militares e policiais que se apresentam para defender o Brasil e o seu povo.
 
E para falarmos em desenvolvimento sustentável, a pauta da segurança pública precisa ser enfrentada. O turismo depende de um ambiente onde as pessoas não sejam violentadas; os negócios de gastronomia e entretenimento exigem segurança; o transporte de cargas e os seguros são mais caros ou baratos de acordo com os índices de violência. Enfim, o custo com a vigilância privada será maior ou menor também de acordo com o ambiente local de segurança pública e tudo repercute na precificação do produto. Há, portanto, uma variável quanto ao tamanho da repercussão, mas uma certeza: nenhuma empresa consegue operar hoje sem contabilizar custos expressivos com segurança. Não sei até quando suportará.

Amaro Sales de Araújo, Presidente da FIERN e COMPEM/CNI.

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