Ultimamente, vivenciamos momentos de insegurança nunca antes vistos, nem relatados em outras épocas.

Agora, de forma inusitada e destemida, o alvo maior da bandidagem tem sido a nossa guardiã maior,  a nossa querida e briosa Polícia  Militar.

Estamos assistindo e convivendo com mortes e mais mortes de policiais militares; sejam no cumprimento de suas missões ou nas suas horas de repouso ou no lazer  com seus familiares. O número é assustador, é cruel e alarmante. Famílias e mais famílias dos nossos heróis são jogadas no fosso da destruição e do desespero. As  jovens viúvas são tragicamente marcadas para o resto da vida. Os filhos, pior ainda, logo cedo ficam sem os seus pais; muitas vezes não chegam  a conhecê-los. Perdem o referencial maior de suas vidas.

É triste;  é desolador; é o caos total; o pior: não se vislumbram soluções  e percebe-se claramente a crescente evolução das organizações criminosas.

A Polícia Militar não  reúne contingente suficiente; não existem armas especiais e modernas; não existem equipamentos de proteção; seus coletes (de validades vencidas)  já não os protegem. Perdemos e perdemos feio para a bandidagem.

Não se estudam planos de ação e atuação de segurança; não se ocupam as áreas já conhecidas e reconhecidas de maior criminalidade da cidade. Sem corporação, sem plano de ação, nada faremos.

Enquanto nossos policiais, em suas operações, usam um simples revólver de calibre 38, os bandidos respondem e matam  com fuzis e metralhadoras de última geração.

A Polícia Militar antes respeitada, hoje, passou a ser vista como uma instituição comum, sem importância, sem valor e sem respeito, diante dos delinquentes bandidos.

Os policiais e suas famílias estão se escondendo; suas fardas, suas identidades  não podem ser expostas, sob pena de serem executados sumariamente. A que ponto chegamos!

Neste ano (2017), até agora, mês de agosto, já foram assassinados 13 policiais militares, somente no Rio Grande do Norte.  Que absurdo! Que imoralidade!

A Polícia perdeu literalmente o combate contra a bandidagem e padece dia a dia. A população,  inerte e desarmada, impedida de sair às ruas, enclausurada em suas próprias residências, convive com a insegurança absoluta, sem ter a quem recorrer. O que fazer?  Só nos resta clamar e pedir de volta a presença do doutor Juvenal Lamartine, o comandante Joca do Pará, o coronel Bento e o delegado Maurílio Pinto – que nos salvem pelo amor de Deus.

Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN  – [email protected]

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