CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA

Carlos Alberto Josuá Costa

Que ele ocupe seu espaço na missão que lhe foi confiada?

Que ele proceda e pense por você?

Que ele esteja sempre disponível para aplainar a estrada que cabe a você percorrer?

Que ele providencie lugares para você ocupar sem nenhum esforço?

Não faça isso!

Não queira se esquivar dos espinhos, unicamente por achar que não suportaria sentir nenhuma dor, mesmo que ela fosse edificante.

Não espere que seus amigos se revistam de superpoderes, tal qual àqueles que se fantasiam de super-heróis e, por instantes, pareçam ter a solução para seus problemas.

Digo isso com a certeza que nos anos acumulados amealhei muitos deles e, com o tempo de reflexão nos muitos momentos solitários, pude entender que eles – os amigos são tão frágeis quanto nós.

Lembre-se de seus amigos por cada momento vivido, mesmo que tenha sido este tempo, tão fugaz, que apenas pequenos lampejos de felicidades se firmaram no coração.

O pouco ou o muito da dedicação de um amigo é único aos olhos de Deus, desde que seja manifestado o sorriso sincero, a palavra certa, o olhar acolhedor, o ouvir atento.

Às vezes, esperamos que o amigo “morra” por nós, como se esse gesto fosse a prova que qualifica o outro como um verdadeiro escudeiro.

Uns utilizam o bem em favor das amizades amadurecidas pelas dificuldades comuns, como uma troca de conforto moral, incentivador e direcionador de ações espiritualizadas. Porém é deveras improvável que eles ocupem nosso lugar na “fogueira” cármica, que nos é exclusiva.

Outros utilizam a maldade, adotando falsas atitudes, revelando desencantos pelo resto da vida. Quem sabe, não exigimos demasiadamente dele como “modelo” de amigo, quando na realidade também agimos em desacordo com o que ele efetivamente poderia aceitar.

Esteja sempre atento, para quando solicitado ou quando assim pressentir, se dispor a contribuir, com qualquer forma de “impulso”, àquele que o tem como amigo.

Porém insisto, por mais que possa parecer óbvio, nunca, nunca mesmo queira ocupar ou substituir a sua dor, abraçar a sua consequência ou ‘transfusir’ as vivências – sua e dele – como experiência singular.

Lembre-se de “Fazer o bem sem olhar a quem”. Essa é uma manifestação do amor que em nós espelha “a imagem e semelhança a Deus”.

Desta maneira, serão muitos os amigos, sem, no entanto, sufocá-los ou exigir que seja dada toda a atenção – com exclusividade – a você.

Assim, o amigo está muito além das aparências do tempo comum, do estado de prontidão.

Não precisa ter necessariamente os mesmos gostos e vontades.

Não precisa ser alguém completamente idêntico.

Basta apenas ser alguém para dividir momentos e sentimentos.

Ele é permanente em qualquer dimensão.

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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