O OUTONO DE HELOÍSA BRANDÃO –

Atrativo é receber sugestões de temas para que eu escreva com as minhas palavras, como se fossem diferentes das delas. Claro que não são! As palavras são comuns e estão à disposição de todos para materializar os sentimentos e as inspirações que nutrem cada um de nós. Basta um papel e um lápis ou, para os das gerações mais novas, uma tela e um teclado. Também é muito agradável receber textos, poemas e comentários que inspiram novos artigos, de leitores e daqueles que insistem em deixar guardados suas inspirações nos cadernos amarelados pelo tempo.
Pois bem.

A amiga escritora e poetisa Heloisa Brandão me presenteou uma crônica em que ressalta o seu outono, como mulher que possui uma mente efervescente em inspirações sobre a paixão pela vida e em especial sobre o amar.

OUTONO, uma etapa da vida .

“Outono é a estação entre o inverno e o verão; é a fase anterior à velhice; o ocaso, assim definido nos dicionários pátrios. Falar do outono como sendo a estação que se instala a melhor idade, talvez.

Foi nessa idade que me descobri poeta, apaixonada pela vida. Fiquei egoísta, no melhor sentido. Resolvi tomar conta apenas de mim. Fiquei vaidosa. Descobri que meu sorriso abria portas. E como isso fez bem a mim e aos outros, com certeza.

Hoje sei mais que ontem e parece que na verdade não sei nada ainda. Descobri um mundo novo. Cada idade tem as suas descobertas, vantagens e desvantagens, passei por todas elas. Como disse Simone de Beauvoir: “A impressão que tenho é a de não ter envelhecido, embora esteja instalada na velhice. O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou pra mim. Provisoriamente”.

Sem dúvidas é no outono que tudo vem com intensidade, amores, paixão, alegria, tristeza, solidão, talvez pela consciência do finito, temos pressa de viver. Criar novos laços de amizade e reavivar os antigos. A cada manhã lhe aparece um sol mais esplendoroso. Pensava que o sentimento paixão já não existisse mais. Mas ele veio muito forte, lindo, quase incurável e como um furacão acendendo as esperanças.

Ficamos no mesmo clima da adolescência e como isso nos faz bem e ajuda a viver e a esperar o irremediável fim. Tudo é incompreensível para aqueles que ainda não chegaram no outono. Certa vez em Berlim parei quase emocionada para assistir uma cena linda num parque da cidade onde crianças brincavam com as folhas caídas das árvores, amarelecidas, no chão, numa alegria contagiante, elas jogavam para cima como se quisessem dar novamente vida a elas que já estavam mortas, mas, servindo ainda, para alegrar e fazer a felicidade daquelas crianças.

Era o outono “

Assim é a poetisa amiga. Mas ela também é muito modesta. Veja como ela me apresentou a sua bela crônica: “Amigo poeta das sextas-feiras, quase boa noite estou lhe mandando essa crônica que fiz . Veja, corrija e dê a nota e, se servir, pode publicar no seu jornal”

Pois eu digo: Vi, não corrigi e não atribuí nota. Sou leitor de seus poemas e de seus livros, entre eles, o meu preferido: “Minha Alma Nua”

E quem é Heloísa Brandão?

Maria Heloísa Brandão Varela, virginiana de maio, nasceu em Ceará Mirim/RN e mora atualmente em Natal. Advogada, escritora, poetisa, artesã e, entre outras aptidões, membro da ACLA – Academia de Letras e Artes de Ceará Mirim.

Um brinde!

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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