O HOMEM, PREDADOR DE SÍ MESMO –

Lá atrás, quando Deus criou a terra com seus apetrechos, outorgou ao homem e à mulher o poder de gerenciá-los. O impressionante, porém, é que, os gerados à imagem e semelhança do Pai Maior, nunca se acomodaram, sempre buscando fortalecer duas castas: os que estão no poder e quem ali quer aterrissar. Pouco antes da Pandemia, tive oportunidade de visitar Moscou e, como todo turista, fui ao Kremlin onde as edificações em seu entorno mereceram especial atenção.

Contam os estudiosos que, até 1917, o Império Russo era uma monarquia absolutista, sustentada pela nobreza. No contra ponto dessa concentração estava a grande maioria da população, pobre, passando fome, sem saber ler ou escrever.

Nos ambientes visitados, que guardam riqueza descomunal, vislumbrei centenas de pepitas de ouro, no tamanho de bolas de futebol, os legítimos ovos fabergê, coroas, tiaras e broches, além de espadas, sapatos, tronos, vestidos, escudos e armaduras diversas, lunetas, caixas de joias, pistolas, espadas e até tapa sexos, além de dezenas de carruagens, tudo revestido em pedras preciosas, marfim e prata, somando-se às coleções de esmeraldas, rubis e inúmeras outras pedras preciosas, tudo a granel.

Em caminhadas pelo mundo tive oportunidade de conhecer Castelos de Marajás Indianos, espólios de Xás do Irã, acervos como os de Versalhes, Faraós, Dinastia Ming na China, e até da bem comportada monarquia inglesa, mas nunca vislumbrara tamanha riqueza, como as vistas nas Câmaras da Armaria e Fundo de Diamantes, nas dependências do Kremlin.

Cada dia mais me convenço: A esperança de um homem somente é infinita porque seu sonho, também o é. Contudo, os seres pensantes tornam-se predadores de si mesmos não somente quando seus intuitos são materializados, mas, principalmente, quando eles passam a gerir tudo o que tanto ambicionaram.

 

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

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