O CARNAVAL –
Não dei por conta. O carnaval chegou e até já terminou. É hora de relembrar e de reviver o passado.
Procurei e me acomodei no silêncio caseiro, ouvindo somente a batuqueira que a saudade vinha e, o canto forte de um Bem-Ti-Vi que desperta e anima minhas manhãs.
A mente se aguça e rebusca o passado de anos vividos de folia momesca.
Aproveitei bem essa minha época. O dinheiro não era fator impedidor. “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco.”
Formávamos um pequeno grupo de amigos e nos identificávamos como uma camisa esportiva com o nome “Cágados” nas costas.
Durante o dia nos reuníamos e saiamos em cima de um caminhão de propriedade do pai de um dos Cágados, visitando e brincando nas casas dos amigos: o conhecido momento chamado de “assalto”.
Tudo fluía dentro da mais ampla alegria e da mais rica animação.
À noite reuníamos no América, o melhor carnaval da cidade; casa lotada, super animada: o recreio dos casais namoradores e o uso super cheiroso e gostoso do lança perfume. Inesquecível!
Foi lá que comecei o namoro com a minha futura esposa. Brincamos os três dias e continuamos até os dias de hoje, com mais de meio século de união e constituição familiar.
Viva o Carnaval, a maior e mais popular festa do mundo.
Berilo de Castro – Médico e Escritor