NÃO BASTAR SER PAI, TEM QUE DAR EXEMPLO –

Aos pais e (ir)responsáveis, deixo um lembrete: “Cuidado!” Cuidado com o que estão ensinado aos seus filhos, pois, além de conversas e puxões de orelha, os jovens e crianças precisam de exemplos.

Precisam entender porque não se deve roubar, mas de nada adianta se os pais roubam.

Precisam entender porque não se deve mentir, mas de nada adianta se os pais mentem.

Quando não existe convivência, conversa, nem exemplos, os filhos aprendem com a televisão os princípios de suas personalidades.

Aprendem que a vida é um seriado americano, onde garotas lindas e magras não têm limites para conseguir o que desejam, onde garotos legais são os astros do time da escola, onde os feios e fracos não tem vez.

Os adultos deram às crianças a chave de um carro sem freios cujo nome é liberdade, pena que não estão ensinando a dirigir.

Bebidas alcoólicas são incentivadas dentro de casa, filhos fazem da chantagem emocional a única forma de argumento, namorados vivem como casados. Tudo isso antes do amadurecimento e o conhecimento sobre as consequências de cada ação. O alcoolismo é uma doença, assim como a diabetes, mas pode ser evitado se for reprimido. Casamento é coisa séria, sexo também, suas consequências são catastróficas e até mortais se os devidos cuidados não forem tomados.

Muito me compadeço quando vejo o sofrimento de uma mãe, ou pai, cujo filho, “perdido”, não para de dar trabalho. Dói, sim, mas sempre fico pensando que tipo de criação essa pessoa teve. Será que foi amada, que recebeu cuidados, será que tinha limites? Os erros dos pais não podem ser justificativa para os desacertos dos filhos, mas também não podem virar “exemplo”.

É nosso dever formar uma sociedade ética e consciente para tomar as rédeas do futuro da humanidade, é nosso dever mostrar o que é certo. Ninguém é infalível, ninguém “fica perfeito” após a reprodução, mas todo momento é certo para recomeçar. Toda hora é boa para “acertar os ponteiros” com a vida e, com os filhos, não se pode errar na lição. Eles não podem “ser apagados” com uma borracha. Não podem ser “deletados”.

Cabe a cada um, mais que dar o máximo ou o melhor de si, dar o que é justo, o que é correto e o que é possível. Cabe aos pais cobrar lições à medida que as ensinam. Mostrar e conquistar respeito, estima e consideração. Cabe-nos, mesmo que não sejamos os melhores, ensinar as mais nobres atitudes.

Não basta ser pai, tem que participar, tem que conversar e, principalmente, tem que dar o exemplo.

 

Ana Luíza Rabelo Spenceradvogada ([email protected])

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