Enquanto a Prefeitura do Natal aguarda receber o relatório dos geólogos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) para decidir definitivamente quais serão as ações para resolver os problemas ocasionados pelo deslizamento de terra no bairro Mãe Luíza, parte dos moradores resolveram trabalhar. Ontem, dia 24, alguns desabrigados pelo desastre se arriscaram e entraram na cratera aberta pela força das chuvas para tentar evitar novos deslizamentos.

Sob a supervisão de dezenas de moradores que se aglomeravam à beira do precipício aberto na rua Guanabara, pelo menos dez homens organizaram uma espécie de força-tarefa e conseguiram colocar canos onde antes existia o sistema de drenagem das águas pluviais. A intenção do grupo era estancar a queda de água na cratera. Após algumas horas de trabalho, o resultado, segundo eles, foi positivo.

Enquanto a reportagem esteve no local, alguns guardas municipais presenciaram a cena, mas não tentaram impedir que os homens permanecessem dentro do buraco. Os próprios moradores afirmaram que a Defesa Civil acompanhou o trabalho, pediu para que eles saíssem da área, mas o pedido não foi atendido. “Eles vieram e mandaram a gente sair. Mas se não for a gente, quem vai fazer esse serviço? A Prefeitura está demorando demais”, disse Francisco Gomes de Souza, morador da rua Atalaia.

Operários de uma empresa contratada pela Prefeitura também estavam no local e eram responsáveis por despejar, com o auxílio de um caminhão-betoneira, concreto na área da cratera. A reportagem tentou contato com o titular da secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), Tomaz Neto, para cobrar explicações sobre a intervenção dos moradores na obra de recuperação da área afetada, no entanto, o telefone celular do secretário estava desligado.

Relatório
O grupo de geólogos do CPRM – órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia (MEE) – deve entregar o relatório sobre o deslizamento de terra em Mãe Luíza hoje ao prefeito Carlos Eduardo. De acordo com o coordenador do grupo, Breno Beltrão, o estudo está pronto e havia a expectativa da entrega ter sido realizada ontem, dia 24, o que não aconteceu.

O geólogo já está em Natal e ontem ele visitou outra comunidade afetada pelas chuvas que sofreu deslizamento de terra recentemente: Jacó. No local, há pelo menos nove casas interditadas.
Com receio de que novas chuvas levem mais terra e casas, moradores da área atingida pelo deslizamento resolveram colocar canos onde antes existia o sistema de drenagem das águas pluviais

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