SOARES

João Batista Soares de Lima

Há alguns dias venho meditando sobre o lugar e a forma de falarmos com Deus. Vejo as pessoas falando em Deus de um forma, digamos, tão banal, que dá a impressão de que ninguém se lembra mais do segundo mandamento: “Não tomarás em vão o nome do Senhor teu Deus,…” (Êxodo 20:7).

Sempre pensei que quando se vai falar com Deus, esteja você onde estiver, tem que haver muita reverência, muita humildade, muito respeito, muita atenção de nossa parte.
Há poucos dias, acompanhei minha esposa em uma visita à uma igreja evangélica (ela iria ministrar uma palestra); e qual não foi minha surpresa quando o pastor daquela igreja me convidou para falar sobre uma viagem que nós, minha esposa e eu, tínhamos acabado de fazer à Israel. Eu não esperava tal convite! Mas o pastor me pediu para falar sobre a nossa experiência na Terra Santa.

Eu nunca havia subido em um púlpito para falar para um igreja lotada! As pouquíssimas vezes que lembro que subi, foi quando ainda eu era criança – para cantar um hino; e, depois, já casado, subi junto com um grupo que acabara de concluir um “encontro de casais com Cristo”.

Fiquei muito emocionado com o convite, porque considero o púlpito um lugar sagrado. Logo me veio à mente aquela conversa que Deus teve com Moisés no monte Sinai, quando Moisés recebeu de Deus as duas tábuas com os dez mandamentos. A voz de Deus saiu da sarça ardente, dizendo: “Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar que você está é terra santa'” (Êxodo 3:5).

Assim também, a igreja, o monte, sua casa, seu quarto, o lugar onde você trabalha, enfim, qualquer lugar onde você esteja é sagrado quando você está conversando com Deus conscientemente. Nesse momento, você tem que consagrar o lugar onde você está, o ambiente, todo o seu corpo, toda sua alma, todo o seu espírito. Sem essa reverência, essa concentração, essa entrega ao Divino, você não consegue entrar em unidade com Deus, não pode senti-Lo em você, a lhe envolver, a lhe tomar completamente.

Sem esses cuidados, sua palavra, sua oração, não passará de um monólogo, você falando para Deus, porém sem ouvir o que Deus tem para lhe dizer. E se assim for, por mais que você se “esforce”, de nada adiantará, você terminará vazio, sem o conforto que proporciona a presença de Deus em nossas vidas.

Hoje em dia, queremos fazer várias coisas ao mesmo tempo: almoçar vendo TV e olhando o celular, por exemplo. Mal dar para se saber o que está se passando em nossa volta! Se você quer conversar com Deus, meu querido amigo, minha querida amiga, não dá pra ser assim. Não funciona! Você tem que estar atento para ouvir também! Deus age de forma muito sutil.

Os sentidos grosseiros do corpo físico não são os melhores meios de “captar” Sua voz! Ele fala em nosso íntimo, no nosso interior, no nosso entendimento. Sutilmente. Daí a importância de termos nosso momento de oração, de conversa com nosso Deus e Pai, para podermos receber a orientação correta que vem d’Ele, e não nos perdermos no caminho que nos conduz à consciência do ser que somos verdadeiramente, do nosso EU Superior, da nossa VIDA, do CRISTO em nós.

Ele nos manda amar o nosso próximo da mesma forma que amamos a Ele. Você já demonstrou – da melhor forma possível – que ama seu pai, sua mãe, seus irmãos, suas irmãs, seu marido, sua mulher, seus amigos, suas amigas, seus colegas de trabalho, seus vizinhos? Estamos realmente ouvindo a voz de Deus?Estamos cumprindo seus mandamentos? Ou só usamos a boca para pedir e não usamos nossos ouvidos para escutá-Lo e obedecê-Lo?

João Batista Soares de Lima Membro da Arca da Aliança – Movimento Cristão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *