MENOS TWITTER, MAIS ARTICULAÇÃO –

Independentemente de nossa preferência partidária ou da escolha circunstancial por um ou outro candidato, quem pensa no Brasil torce pelo sucesso do Governo liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro. Aliás, ele foi eleito com significativo apoio popular e cercado de muitas esperanças, no sentido de que o novo Governo seria eficaz nas políticas de segurança pública e geração de emprego e renda. 

Mesmo ainda cedo para avaliações mais profundas, alguns fatos e posturas causam preocupações e sinalizam para turbulências que não gostaríamos de enfrentar. Ao assumir o comando da União Federal, Jair Bolsonaro se tornou o Presidente de todos os brasileiros e, como líder, espera-se que ele seja um agente de unidade do País em torno das causas que são respaldadas pelo interesse coletivo. E mais: precisa fazer com que o Governo tenha foco e força naquilo que é relevante.

Em atenção à manifestação das urnas, as prioridades mais evidentes são: segurança e emprego. Ora, para que tenhamos mais emprego, precisamos enfrentar o quadro geral da economia e da saúde das contas públicas. Assim, a nova Previdência se torna imperiosa. Para tanto, a articulação com o Congresso Nacional é fundamental. O presidencialismo brasileiro exige uma relação próxima com o Parlamento. E, como todos sabem, uma relação próxima não se constrói por meio das redes sociais.

É patente que tem faltado ao novo Governo o necessário trato com o Congresso. Não se trata de “nova ou velha política”, mas da necessidade de diálogo para que, definidos os caminhos, alcancemos as metas que podem levar o País a um novo estágio de desenvolvimento e qualidade de vida. 

Infelizmente, ao contrário de nosso otimismo, há uma sensação ruim, ainda inicial, de paralisia diante das reiteradas crises causadas por declarações inconvenientes de membros do Governo e de apoiadores próximos. Já sofremos muito com as crises geradas no âmbito político que repercutiram seriamente na economia. 

Esperamos que o presidente Jair Bolsonaro contorne a situação e, como bem disse o industrial Flávio Rocha: “eu acho que tinha que desligar o Twitter. Se o Carlos Bolsonaro quer ajudar, comportamentos típicos de campanha têm de ser deixados para trás e agora tem que ser um comportamento típico de agregação. Agora é hora de construir, de aglutinar, a eleição foi ganha, conscientizando uma grande maioria que não sabia da força que tem, que é o contingente dos liberais na economia e conservadores nos costumes. Mas agora a hora é de alargar este leque.”

O Brasil, que viveu sua pior recessão recentemente, conta com a mudança escolhida nas urnas para alcançar um novo tempo, construído com planejamento, equilíbrio, disciplina e eficiência. É hora de trabalharmos juntos.

 

Publicado na Tribuna do Norte (31.03.2019)

 

 

Amaro Sales de Araújo – Presidente da FIERN  e Secretário da CNI

 

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *