editorial-620x295

Moradores e frequentadores do trecho que corta Areia Preta voltaram a ser vítimas da violência na semana passada. Foram pelo menos duas tentativas de assalto, com tiros disparados contra os veículos e ameaças de morte.

A área, uma das mais nobres da capital, é também a primeira a receber a experiência do Ronda Cidadã, uma nova estratégia da polícia estadual para não somente conter a violência como aproximar os policiais da comunidade.

Depois do sucesso nas primeiras semanas do projeto, os casos de violência recrudesceram. Ruim não somente para o cidadão, que continua se sentindo ameaçado, ou para o governo, que lançou o programa para ser modelo de segurança e ainda registra casos de violência.

A situação é ruim para a cidade e para sua atividade econômica mais valiosa, o turismo, já que os trechos em questão fazem parte do roteiro de quem visita a cidade e parte para o litoral.

Evidentemente que todo trabalho de contenção policial conta, no primeiro momento, com a redução dos casos. É que em virtude do policiamento mais forte, é natural que a bandidagem migre para outras regiões.

A dificuldade de programas assim – e ao mesmo tempo a sua vantagem – é que ele precisa ser frequentemente monitorado e aperfeiçoado, na proporção das incidência dos casos. Os responsáveis precisam ter as informações rapidamente à mão, para tomar as medidas de forma urgente.

Salutar, por exemplo, que a Associação de moradores da região de Areia Preta tenha buscado as autoridades, tanto da prefeitura como as do governo, tão logo tenha tomado conhecimento do recrudescimento de casos de violência.

Já que a experiência com o Ronda Cidadã na região de Petrópolis, Areia Preta, Mãe Luiza e Tirol,  tem sido também laboratório para as etapas seguintes, nos outros bairros, é preciso que seus comandantes ajam rápido.

Uma lombada, por exemplo, que facilitava a ação dos bandidos na rua Pinto Martins, será retirada. E estuda-se a instalação de uma base física que possa funcionar com policiamento reforçado na parte da noite.

Se  foi criado para estreitar os canais de diálogo com a comunidade, o programa Ronda Cidadã precisa estar preparado para, ouvidos os reclamos, dar respostas imediatas.

Os olhares dos moradores de outros bairros merecem acompanhar de perto o funcionamento do programa nesta primeira etapa para saber com o quê contarão dentro em breve quando o Ronda Cidadã alcançar as outras regiões da capital.

(Editorial de domingo, do Novo Jornal)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *