MARIELLE FRANCO, VÍTIMA DA INTOLERÂNCIA E DA VIOLÊNCIA

A vida humana no Brasil está banalizada, os índices de homicídios a muito são preocupantes, no Grande Natal então, tornou-se uma das Regiões mais violenta do país, e jovens, negros e da periferia são escolhidos para tamanha violência e marginalidade social, em que pesem as recorrentes denuncias na mídia e de demonstração de incapacidade do aparelho estatal de assegurara a vida na plenitude, contrariando a Constituição que chega aos seus trinta anos.

O assassinato de Marielle Franco, vereadora do Partido do Socialismo e Liberdade – PSOL/RJ, pela sua condição de mulher, negra, moradora da favela da Maré, LGBT, socióloga, com mestrado em administração pública, no auge de sua vida, aos trinta e oito anos de idade, foi morta a tiros, alvejada na cabeça por quatro balanços, quando retornava da Lapa em ato que participou pelo movimento negro, demonstra muita intolerância e não pode ficar impune.

Logo no mês de março, do dia internacional de mulher, quando se mais luta por inserção social e cidadania, vem, um acontecimento trágico, perverso e covarde, um crime de encomenda, revelando intolerância e a violência instalada no país, um afronta a liberdade, a diversidade racial, a pluralidade e a causa democrática, atingindo simbolicamente, todos os afrodescentes deste país.

A Vereadora Marielle Franco, em seu primeiro mandato, a quinta mais votada, com 46,5 mil votos, estampa a sua representatividade, nomeada Relatora na Câmara Municipal para acompanhar a intervenção militar, perdeu a sua vida, para o crime e para intolerância, merecendo o repúdio de todos os democratas, devendo as Câmaras Municipais deste país, uma moção de pesar e ao mesmo tempo cobrar das autoridades apuração do violento crime.

Em Natal e Mossoró e em tantas localidades deste país, as forças progressistas de imediato foram para as ruas, saindo da sede do PSOL, manifestar o seu pesar e repúdio a esta situação que afronta os direitos humanos, a pluralidade, a diversidade racial, a nossa cultura multifacetada, para deixar bem claro e transparente, que a sociedade brasileira não aceita esta promiscuidade de perdas de vidas humanas focados nos pobres, jovens,  negros,  com práticas neofacistas.

A democracia é a possibilidade da convivência dos contrários no mesmo espaço social, o diálogo e a tolerância, a liberdade de expressão, devem ser uma constante, mas, a Vereadora Marielle Franco reunia em uma só pessoa, tantos predicados desta pluralidade, favelada com nível educacional superior, mulher e negra, uma liderança que se firmava, que levou a receber a sanha da morte, praticados pelo crime organizado, que desta vez, pode estar em local indefinido, merecendo uma severa apuração.

 

Evandro de Oliveira BorgesAdvogado

 

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