LIVROS PARA POUCOS LEITORES –

Estamos perdendo o hábito da leitura

Uma situação observada durante o último acolhimento ao amigo escritor Francisco Obery Rodrigues chamou minha atenção pela inusitada ideia de uma de suas filhas, a também escritora Simone Rodrigues: livros sobre uma mesinha na entrada da sala de velório.

Vamos explicar.

Os livros foram escritos por Obery (seu pai), alguns da última edição, pois ele era um escritor no auge da idade (97 anos), porém lúcido e dedicado à arte de escrever memórias.

Os livros foram ali colocados para quem quisesse levar para ler e conhecer as vivências e histórias de uma vida repleta de simplicidade e de cenários de uma época em que a vida social era muito mais deleitante que a de hoje.

Entre eles (os livros) estavam: ‘Relembranças e Experiências – Crônicas’, ‘Minha História’, ‘Crepúsculo’ e ‘Renascimento’ assim autografado: “Ao meu novo e estimado amigo, Dr Josuá Costa, com um abraço do autor” 18.12.2019.

De cada um deles extrai ensinamentos de pura e singela humanidade. Cita ele: “Não cursei nenhuma Universidade, não sou antropólogo, não sou sociólogo, enfim não sou graduado em nenhuma dessas ciências. Sou graduado em experiência humana pela longa convivência com pessoas dos mais variados níveis econômicos e sociais”.

Em todos os seus livros, a gratidão é o norte que permeia as páginas cheias de vida.

A principal razão daqueles livros ali eram para que não ficassem sem cumprir a sua função básica: serem lidos.

Disse-me, Simone, em tom melancólico: São muitos os livros publicados hoje em dia, para poucos leitores. Isso me fez ficar pensando e, com o olhar da mente, vasculhei as prateleiras das tantas livrarias (físicas e virtuais), das bibliotecas espalhadas pelo mundo e ainda daquelas que cuidamos em casa.

Daí a pergunta : qual o país que mais lê livros?

Pesquisando encontrei: O país que mais lê no mundo é a Índia, seguida por Tailândia, China e Filipinas (também países da Ásia), enquanto o quinto é o Egito.

O Brasil é um dos países que mais possuem escritores e poucos leitores. Dados do Instituto Pró-livros, entre 2015 e 2019, mais de 4,6 milhões de pessoas deixaram de ler no país.

Sim, a internet com a quantidade de e-book, blogs, sites e outras redes sociais acolhem milhares de publicações diretamente da fonte para o consumo, acelerando etapas antes ocupadas pelas edições, diagramações, artes, correções, divulgação, lançamentos e vendas.

Mesmo assim, com tantas oportunidades de incremento da leitura, o baixo número de leitores, em relação às tantas publicações é preocupante ao ponto de se rotular o brasleiro como ‘um povo que lê pouco’.

Vamos melhorar isso?!

Quantos livros você lembra que leu em 2021? E até agora em 2022?

Sim, vai começar a ler um hoje.

Pois comece a ler um pouco mais, pois o meu livro já está quase pronto.

 

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

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