Os ditados populares e as famosas “experiências de conhecimento público” de outrora estão sendo comprovados. Seja pela ciência, seja por outras formas, muito do que se dizia ou fazia antigamente hoje tem sustentação como fato.

A sabedoria popular foi testada nos dias atuais e, dado seu acerto e sucesso, tem sobrevivido a milhares de inovações tecnológicas e medicinais. Isto prova que o conhecimento e o contato com a natureza realmente têm significados mais profundos.

A ocasião faz o ladrão. É inegável a veracidade de tal afirmação. Quem anda “ligado”, tranca portas ou toma determinadas precauções, dificilmente será surpreendido por uma situação desagradável. Um estudo feito por uma universidade dos Estados Unidos mostrou que os assaltantes não escolhem suas vítimas ao acaso, mas procuram abordar pessoas que andam desatentas, alheias ao que se passa ao seu redor. Em contrapartida, afirmo que a oportunidade faz o bom samaritano e, havendo oportunidade concreta, as pessoas tenderão a tomar atitudes benevolentes e generosas.

O hábito faz o monge. Os costumes, as tradições, tendem a moldar, até certo ponto, o caráter e os atos de uma pessoa.

Além das pequenas frases de advertência e ensino, tão repetidas pelos mais experientes, existem, ainda, fatos interessantes que apenas após muitas décadas a ciência comprovou e explicou.

Quando a aranha caranguejeira sai da toca é sinal de chuva. Isso porque os animais têm uma ligação muito profunda com a natureza, devido à necessidade de sobrevivência, o que lhes permite sentir alterações climáticas que possam acarretar ameaças à sua existência. A chuva inundaria a toca, podendo destruir ninhos ou dificultar sua alimentação, então a aranha sai dela.

Além deste, cito mais um exemplo que extrapolou os limites do boca-a-boca popular e chegou à MPB, na saudosa voz do rei do baião, Luiz Gonzaga. “Quando o mandacaru ‘fulora’ na seca, é o sinal que a chuva chega no sertão (…)”, o que ocorre de fato é que o aumento da umidade do ar, trazida pela presença iminente de chuva, faz com que o mandacaru abra sua flor e seu fruto, para que este, caindo em solo úmido, dê azo à perpetuação da espécie.

São apenas pequenos exemplos de ensinamentos passados de geração a geração, que não devem ser ignorados ou esquecidos, pois fazem parte da evolução humana, de modo que não devemos “fazer ouvidos de mercador” às palavras da vovó.

Ana Luiza Rabelo, advogada ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *