ANA LUIZA

Ana Luíza Rabelo Spencer

No filme “O Homem Bicentenário”, Robin Williams representa um robô, que durante sua “evolução” passa a ter pensamentos e sentimentos, como se humano fosse. Ele, porém, sempre é visto pela sociedade em geral como uma coisa, um objeto, sem alma, sem interesses, sem vida.

Em sua longa jornada, o “robô” vai virando gente, mantendo, de alguma forma, na sua humanidade, a humildade, e sempre que presta algum favor ou serviço para alguém, responde com a frase título deste artigo: Isto (como ouve referirem-se a ele) fica feliz em ajudar!

Se pensarmos de maneira realista, tirando o “holiwoodismo” da história, todos somos iguais, e, portanto, todos somos “isto”. Somos estas criaturas que habitam este planeta e que nem sempre sabemos mostrar a devida gratidão pela chance de ajudar alguém.

O próprio Jesus nos ensinou (e parece que não aprendemos muito bem a lição) a importância de oferecer a mão, a túnica e a outra face. A importância de amar, ajudar e perdoar. Mas não sabemos ser gratos por estas oportunidades, preferimos espojar na autopunição, na autopiedade e em tantos outros autos que nos fazem encerrar nossa vidinha dentro de nós mesmos e de nossos próprios sentimentos. Como se fôssemos uma palmeira em uma ilha deserta.

Não somos palmeira, somos isto que somos, pessoas que vivem em sociedade, cercadas de outras pessoas, por quem deveríamos nos importar, ajudar, perdoar… Enfim, amar.

A cada dia, perdemos um pouco da nossa valiosíssima chance de sermos úteis, deixamos escorrer pelos dedos oportunidades únicas, cegamos diante dos apelos dos próximos, preocupados unicamente com nossos maravilhosos umbigos, deixamos de ver a vida, deixamos de aprender e de evoluir.

Cada falha que cometemos, cada chance que ignoramos e cada oportunidade a qual damos as costas são passos que deixamos de percorrer no nosso crescimento. O orgulho e tantas outras desculpas nos impedem de lembrar o quanto recebemos a cada dia e que é nossa obrigação dar em retorno absolutamente tudo o que recebemos. Nossas bênçãos pessoais nos dão oportunidade de retribuir, mas negamos com a cabeça, fechamos os olhos e cruzamos os braços.

Este é um padrão que devemos romper. Evoluir é crescer, aprender e melhorar. Não é fácil. Ainda mais difícil se torna quando insistimos em fechar as portas para tantas oportunidades.

Se lutássemos contra a inércia que se apodera de nós e abríssemos os braços para a vida, aprenderíamos a ficar felizes em ajudar. Esta é a maior benção da vida!

Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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