IDOSO OU VELHO –

Meu amigo, Álvaro Santos (Alvinho), enviou-me o vídeo, achei-o interessante e aproveitei a deixa para desenvolver esta crônica na esperança de, porventura, servir de lição para indivíduos com a mesma faixa de idade que a minha, no enfrentamento do passar dos anos.

Na concepção do anônimo autor do vídeo existe, sim, enorme diferença entre o velho e o idoso. O idoso e o velho podem ter a mesma idade na carteira de identidade, porém, serão suas atitudes e pensamentos as responsáveis pela maneira de como encarar o porvir inevitável diante da Moça Caetana – a morte, segundo, Ariano Suassuna.

Enveredemos, pois, pela sequência de comparações: Idoso é quem sente amor; velho é quem sente saudade. Idoso é quem ainda se exercita; velho é quem apenas descansa e reclama. Idoso é quem ainda sonha; velho é quem apenas dorme.

E mais: Idoso é quem tem um pouco mais de idade; velho é quem perdeu a capacidade de sonhar e de se divertir. Idoso é quem ainda se renova a cada dia que começa; velho é quem se acaba a cada noite que termina. Idoso é quem ainda tem planos; velho é quem tem apenas recordações.

E ainda: Idoso é quem tem rugas bonitas porque foram marcadas pelo sorriso e alegria de viver; velho é quem tem rugas feias porque foram formadas pela amargura e mau humor. Ao final de vídeo lê-se a seguinte mensagem: “Desejo que você tenha uma longa vida, mas que nunca fique velho. Se você é idoso não queira ficar velho; e, se é jovem, queira ser um idoso.”

Ainda sobre o tema, nas redes sociais, localizei uma imagem do ator Clint Eastwood, caminhando no set de filmagem de mais uma produção cinematográfica sob a sua direção, encurvado pelo peso de seus 93 anos de idade. Ou seja, Clint, ainda permanece ativo na montagem de novo filme: “Juror No. 2”, seu 40° longa-metragem.

Quando perguntaram ao ator norte-americano a fórmula para tanta vitalidade num homem com a sua idade, ele respondeu de maneira enigmática: “Todas as manhãs ao me levantar da cama eu impeço de o ‘velho’ entrar.

Não lembro de, quando jovem, eu tenha me preocupado com o fato de, no futuro, ser velho ou idoso. Eu apenas sonhava, sonhos parcimoniosos, nada mirabolantes. Acho que os alcancei; senão a totalidade, o suficiente para me satisfazer. Não desejo ficar velho, e mesmo se quisesse não o conseguiria pelo fato de ser bissexto e só aniversariar a cada quatro anos.

Meu modus vivendi exclui discussões sobre futebol, política e religião. Afasto-me da imbecilidade, da empáfia, da imodéstia e da grosseria de certos indivíduos, sem proferir qualquer palavra. Respeito a opção de vida de cada um, seja ou não de meu agrado.

Agora, faço o que gosto, quando bem entendo, na hora que desejar. Em muitas oportunidades desfaço, à tarde, o que fiz de manhã. E se me perguntarem o que fiz pela manhã, eu respondo: “Nada!” Assim como Clint Eastwood, procuro não deixar o ‘velho’ entrar. Sou um idoso que procura viver na paz de espírito, sem procurar ou permitir nada que me aporrinhe.

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil

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