HÁ 100 ANOS DA GRIPE ESPANHOLA, COVID19, O QUE VIRÁ DEPOIS? –

A Gripe Espanhola, que na realidade teve irrupção nos EUA em quartel do Kansas, foi a mais assombrosa pandemia ao revelar um vírus desconhecido que fez com que milhões de pessoas há cerca de 100 anos perdessem a vida em tempo reduzido. Transformou para sempre a diretriz da ciência e da saúde pública.

Durante aquela assustadora circunstância, a quantidade crescente de seres autoimunes passou a mitigar a pandemia, acompanhado de rigorosas medidas de educação profiláticas, e somente em 1944 surgiu a vacina contra a Espanhola. No Brasil à época a Gripe matou cerca 35 mil em população de cerca de 30 milhões de pessoas. O presidente eleito Rodrigues Alves morreu em decorrência do vírus antes de assumir em 1919. Como comparação a população de Portugal à época era de 800 mil pessoas e um quarto pereceu em razão da pandemia. Meu avô teria sido uma das vítimas na acolhedora região da serra lusitana em Bragança.

Os anos de 1918 e 1919 marcaram aquela tragédia, há dois anos o Instituto Butantan lançou um painel, sob o título acima, na abordagem de um infortúnio ciclópico que acometeu o mundo. O Butantan é emérita instituição de referência mundial na área de produção de imunobiológicos e preza por ser a única produtora da vacina contra a Influenza da América Latina.

Na apresentação didático-científica se conhece que os investimentos em pesquisa foram amplificados a partir de 1918 e a saúde pública no mundo teve um aspecto desafiador para as grandes potências. Para se ter uma ideia nem a Penicilina existia à época, mas em 1928 o oficial médico e professor escocês Alexander Fleming, que enfrentou as agruras da 1ª Grande Guerra empenhou-se na pesquisa de um fármaco que aplacasse as infecções que eram as pragas decorrentes das feridas de combate e chegou a conceber o antibiótico de amplo espectro.

Os consequentes êxitos da ciência foram se revelando acompanhados da higidez da sociedade, e como tal vemos os registros do IBGE. Em 1900 a expectativa de vida no Brasil era de 33,7 anos, já em 1940, no período de investimentos em saúde houve o salto para 45,5, em 2014 o IBGE registrou a subida na mediana para 75,4 anos. A expectativa que mais alcances veremos nos próximos anos!

Como nos revelam os pesquisadores do Butantan novas ações de monta estão a caminho, haja vista os grandes centros mundiais já apresentarem em tempo recorde vacinas para a seriação indispensável à excelência na imunização do atual agente infecioso pandêmico. Afora isto novos padrões de higienização serão implementados, notadamente em locais de aglomeração, quer seja uma escola quer um restaurante com novos desenhos realçando suas competências. Resta vermos uma revolução transdisciplinar nas universidades e empresas, na arquitetura, a concepção de ambientes abertos e arejados, a mescla das “lives” com apresentações escolares e de treinamento.

Por fim, o próprio meio ambiente deverá priorizar políticas públicas exigidas no sentido de reflorestar o que se perdeu, se possível for. Cremos que assim será.

 

 

 

Luiz Serra – Professor e escritor
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