GINA, A DIVINA –

Nas décadas de 50, 60 e 70 a Itália foi a nação referência de beldades que rechearam as produções cinematográficas de Hollywood. As belezas exóticas de atrizes como Sophia Loren, Claudia Cardinale, Silvana Mangano, Isabella Rosselini, Monica Vitti, Pier Angeli, Virna Lisi, Rossana Podestà e Elsa Martinelli ocuparam o imaginário sensual de marmanjos amantes da sétima arte.

Porém, dentre todas elas, a mais bela das italianas a se exibir nas telonas dos cinemas do mundo foi Gina Lollobrigida. Quem da velha guarda não ficou embevecido ante o doce encanto de um rosto angelical e do físico bem proporcionado da atriz de papéis marcantes em filmes inesquecíveis.

Em Hollywood, em se tratando de beleza, Gina (1,65m) rivalizava com Elizabeth Taylor (1,57m). Nunca trabalharam juntas numa mesma produção cinematográfica. Mas, foram vítimas de um desastre fashion quando, em 1961, no Festival de Cinema de Moscou, encontraram-se no salão do evento e notaram estar ambas vestindo idênticas confecções da festejada casa Dior.

Não somente um mesmo deslumbrante modelo Dior, como também o mesmo penteado. Para aliviar o mal-estar diante da coincidência nada combinada, Liz Taylor brincou com a colega de profissão, dizendo: “Olá, irmã!”.

Gina Lollobrigida foi a musa do neorrealismo italiano do pós-guerra e sex symbol na era de ouro de Hollywood. Em 1953, quando filmou Pão Amor e Fantasia, ao lado de Vittorio de Sica, a imprensa a elegeu a mulher mais bonita do mundo.

A filmografia da atriz é extensa – 65 produções cinematográficas. Contracenou com os mais celebrados atores de Hollywood da época, a saber: Burt Lancaster e Tony Curtis, em Trapézio (1956); Anthony Quinn, em O Corcunda de Notre Dame (1956); Yul Brynner, em Salomão e a Rainha de Sabá (1959); fez par com Rock Hudson, em Quando Setembro Vier (1961); e, ao lado de Stephan Boyd, estrelou Vênus Imperial (1962).

Atuou ainda com Errol Flynn em Il Maestro di Don Giovanni e Espadas Cruzadas, ambos em 1954; com Frank Sinatra, em Quando Explodem as Paixões (1959); e, com Sean Connery, em Mulher de Palha (1964), mantendo a formosura de quando estreou no teatro, com a peça Lucia di Lammermoor (1946), com 19 anos de idade. A sua última participação no cinema ocorreu no documentário sobre Marylin Monroe – Love, Marylin -, em 2012.

A divina, Gina, tinha plena consciência de sua beleza cativante e do poder irresistível de postar os homens aos seus pés. Basta lembrar a célebre e devastadora frase sobre um dos mais icônicos galãs de Hollywood: “Eu soube, imediatamente, que Rock Hudson era gay quando ele não se apaixonou por mim.”

La Lollo – como é conhecida na Itália -, ao deixar o cinema retomou outra de suas paixões na vida, a arte. Estudou Belas Artes, em Roma, e resolveu trabalhar com fotografia durante um bom tempo. Por último, tentou a política, sem sucesso.

Gina Lollobrigida faleceu neste ano de 2023, aos dezesseis dias de janeiro. Faria 96 anos de idade em 4 de julho próximo. Viveu como havia imaginado ser a sua existência: “Somos nascidos para morrer, a diferença está na intensidade com a qual escolhemos viver.”.

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil

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