GARIMPANDO WINE BOOKS –

 

“Um livro sobre vinhos me inspira a usar o saca-rolhas”. (CAJCosta)

Essa combinação, livro e vinho tem tudo para dar certo. E quando o assunto do livro trata do néctar dos deuses, aí é casar “Tomé com Bebé”.

Pois bem, no meu círculo de amizades existe um cearense pai d’égua, Nicanor Araújo, que depois dos primeiros degustes de um red wine, passou a pesquisar desde a Biblioteca Nacional ao Sebo Rio Grande, tudo que “falasse” de vinhos.

“- Amigo, tenho um livro para você dar uma olhada”. É a saudação quando me encontra e, invariavelmente o livro já está “embalado” para minha opinião.

Mas, que livros são esses?

Citarei alguns:

-Guia dos Vinhos Brasileiros (Eduardo Viotti)

-Vinhos Sem Mistérios (Rafael Roseira)

-Despertar para o Vinho (Gilvan Passos)

-A Elaboração do Vinho (Lluis Manel Barba e Miki Lizarriturry)

-Vinhos (Adolfo Alberto Lona)

-Expert em Vinhos (Jancis Robinson)

-Guia Essencial do Vinho (Madeline Puckette e Justin Hammack)

A felicidade é tão grande que estou desconfiado que ele esteja degustando suas páginas e lendo os rótulos para economizar tempo.

Atualmente estou lendo “O Vinho na Era da Técnica e da Informação”, um trabalho de pesquisa que orientou o doutorado em Comunicação e Cultura da professora Miriam Aguiar. Um livro que recapitula historicamente o desenvolvimento do setor vitivinícola principalmente no Brasil e Argentina, tendo como foco principal a difusão midiática da cultura e do consumo do vinho.

É interessante o quanto o vinho tem atraído, mais e mais, adeptos em experimentar e a progredir no conhecimento sobre um dos mais antigos “alimentos”, cerca de 5 a 6 mil anos a.C.

As mídias sociais, assumiram um papel fundamental na difusão à medida que cada grupo – confraria –, formais ou não, vai degustando, fotografando, anotando, buscando informação sobre tal vinho que compartilha nos momentos mais variados.

Recentemente estava degustando um Porta 6 (excelente vinho português,  macio, saboroso, saudável e bem feito da Vidigal Wines) e, num gesto de brinde elevei a taça, enviei para grupos de amigos e, não foi surpresa, recebi de volta taças em retribuição ao brinde que ora demandara.

É assim. O vinho aquece amizades, aproxima corações, fomenta diálogos, aguça curiosidades, desperta interesse por leituras afins, amplia a visão de mundo (geograficamente) e nos coloca em contato com novas culturas.

Em torno do vinho, uma gama de serviços faz elo com o desejo de explorar o mundo de natureza dionisíaca.

Com o crescimento e profissionalização das vinícolas, espaços adequados foram criados para receber os visitantes, de tal maneira que pudessem conhecer e participar de todo o processo – da colheita à produção – do vinho. Isso graças ao enoturismo que percebeu o interesse crescente de novos consumidores “pisotear” as uvas com o mais evidente “contágio” pelas vicissitudes de Baco, deus romano, deus do vinho e das festas.

E Nicanor? Deve estar por aí barganhando preço nos sebos pelos livros renegados.

Da. Denise (sua esposa) é quem está gostando: para cada dois livros resgatados ela recebe um garrafa de vinho rosé.

Estou esperando por novas indicações de livros. Afinal um “garimpador de wine books” que se preze, está sempre atento.

Aguardemos!

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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