Vida de Assessor Financeiro em épocas de Crise!

São nestes momentos de crise onde a figura do Assessor é posto à prova. A atividade de identificar o perfil do cliente em períodos “normais”, transformar o que ele pensa em ativos de investimentos e depois explicar qual a estratégia que estamos trançando para ele, de maneira que mesmo durante o auge da crise, ele continue tranquilo, é extremamente desafiador.

Não estamos perto de passar pela crise gerada pelo COVID-19, mas acreditamos que o Dia D desta Guerra já deve ter ficado para trás e isso é praticamente um consenso quando converso com Gestores e Empresários. Mas é óbvio que ainda teremos diversos desafios pela frente.

 Mês de Março

O meu dia-dia de trabalho é naturalmente entender, tratar, cuidar e ver quais são as oportunidades de investimento com todas as carteiras dos meus clientes. Mas imagine adicionar uma pitada de instabilidade para dezena de investidores durante o mês o fatídico mês de março.

Trabalho de uma maneira onde cada investidor é pensado individualmente e exclusivamente, nenhum dos meus clientes possuem carteiras iguais, pois nenhuma pessoa pensa de maneira idêntica. Ao longo de março tive que consolidar anos de trabalho com todos os clientes em poucos dias, para então me pôr na situação de cada investidor e ver como melhorar o bem estar daquele investidor, mudando ou não a carteira do investidor.

Conversar com todos os amigos investidores durante este período talvez tenha sido o momento mais desafiador da minha carreira profissional, mas ao mesmo tempo tenho certeza que foi o mais gratificante. Ver que a estratégia que criamos em conjunto foi posta à prova e que ao passarmos pelo momento mais difícil poucos tenham mudado a sua estratégia. E os que mudaram a estratégia, foram para aproveitar o momento em que os ativos estavam mais baratos e decidiram por aumentar o risco da carteira.

De abril em diante

Já estamos no final do mês de abril, cansados da quarentena e não vemos a hora de voltarmos a nossa vida normal. Mas a vida não será a mesma como no mês de janeiro, ou até mesmo fevereiro.

Os impactos da crise de saúde sobre o setor financeiro ainda não foram sentidos na integra. Não sabemos quantos empregados foram demitidos, quantas empresas fecharam as suas portas, qual será o real impacto no PIB, ou até mesmo se estaremos vivos. Mas a única certeza que teremos é que tudo isso passará e sairemos mais fortes ainda.

Manter a prudência seja na saúde física ou financeira é sempre o mais aconselhável. Reforcei com todos os meus clientes, que os investimentos mais agressivos são para um horizonte superior à 5 anos, que eles devem ter recursos líquidos para as urgências de curto prazo, que se ele não está tranquilo com os investimentos, devemos reformular os investimentos e que a paciência, longo prazo e investimento jogam no mesmo time. Todos oram preparados para correr a maratona, mas não se pode desistir nos primeiros 5 quilômetros.

Aproveito para agradecer a confiança de todos os investidores que estão gerindo as suas carteiras com o meu suporte e que continuarei atento as oportunidades de alocação.

 

Guilherme Viveiros – Engenheiro Civil com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Sócio e Head de Renda Fixa na WFlow Investimentos, [email protected]

 

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