OPERAÇÕES ESTRUTURADAS –
Duas palavras que as vezes causam pânico para a maioria dos investidores.
As operações estruturadas, utilizam como base os Derivativos, que são instrumentos financeiros cujos preços estão ligados a outro instrumento que lhes serve de referência. Por exemplo: o mercado futuro de petróleo é uma modalidade de derivativo cujo preço depende dos negócios realizados no mercado a vista de petróleo, seu instrumento de referência. O contrato futuro de dólar deriva do dólar à vista; o futuro de café, do café a vista, e assim por diante.
Quais são os Tipos de Mercados de Derivativos?
Tipos de mercados derivativos
São quatro: a termo, futuro, de opções e de swap. Alguns analistas não consideram os swaps uma modalidade de derivativo devido a sua semelhança com o mercado a termo.
Mercado a termo
Mercado futuro
Mercado de opções
Mercado de swap
Vamos falar um pouquinho mais sobre o Mercado de Opções, talvez o mais conhecido entre os quatro acima.
Mercado de Opções
A primeira coisa que nos vem a mente é o risco do investimento, onde o investidor pode perder tudo. Mas vamos dar um passo atrás e entender como eles surgiram.
A primeira documentação sobre o uso de opções ocorreu na Holanda em 1634. As tulipas eram símbolo de status entre a aristocracia holandesa do século XVII. Naquela época, era comum os mercadores venderem tulipas a futuro (para entregar em data futura). Havia, portanto, grande risco em aceitar vender por preço fixo no futuro sem saber ao certo qual seria o preço exato no momento da venda.
Para limitar esse risco e assegurar margem de lucro, muitos mercadores compravam opções dos plantadores. Essas opções lhes asseguravam o direito, mas não a obrigação, de comprar tulipas dos plantadores por preço predeterminado ao término de período específico de tempo. Em outras palavras, o preço máximo para os mercadores era fixado até que chegasse o momento de entregar as tulipas aos aristocratas e receber o pagamento.
Se as tulipas passassem a custar mais que o preço máximo (ou predeterminado), os mercadores que possuíam as opções exigiriam do plantador a entrega pelo preço máximo combinado, assegurando margem de lucro. Se, entretanto, o preço caísse e a opção expirasse sem valor, o mercador ainda poderia ter lucro comprando tulipas por preço mais baixo e, depois, revendendo-as com lucro. Esses contratos de opções possibilitaram que muitos mercadores permanecessem trabalhando durante períodos de extrema volatilidade nos preços daquelas flores.
Na forma como são conhecidas hoje, as opções começaram a ser negociadas em bolsa, na Chicago Board Options Exchange, em 1973. Com o lançamento dos contratos de opções sobre títulos do Tesouro norte-americano, foi levantado o questionamento que as opções eram instrumentos de altíssimo risco para os investidores e uma vertente da Bolsa de Chicago sugeriu que esse instrumento fosse proibido.
Mas como pode ser visto na história, o mercado de opções surgiu para proteção e não para especulação. E é sobre o conceito de proteção que estes instrumentos podem ser muito bem utilizados. Seja para proteção contra a queda do preço de uma ação, contra a alta do dólar, contra a alta do petróleo, etc. A partir deste momento o mercado cresceu e difundiu-se por toda a parte, sendo indiscutível sua eficácia como instrumento de hedge (proteção).
Vale a pena utilizar Operações Estruturadas?
Sem sombra de dúvidas, as operações estruturadas são excelentes opções, mas não como investimento e sim para diminuir o risco das operações mais voláteis, principalmente as ações.
Guilherme Viveiros – Engenheiro Civil com MBA em Gestão Empresarial pela FGV – [email protected]
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