FAÇA PERGUNTAS –

“Quem pergunta é ignorante por cinco minutos; quem não pergunta é ignorante para sempre”. (Sócrates, filósofo grego).

Os sábios chineses sempre foram atentos às suas próprias perguntas. Eram perguntadores afeitos a buscar respostas para tudo que a sua alma e a sua mente questionavam. Sócrates “provocava” o outro com reflexões a respeito das coisas do mundo e da vida.

No mundo atual, para muitos, parece que perguntar está fora de moda. É mostrar-se como ignorante, quando todos sabem (sic) tudo, menos a respeito deles mesmos. Não sabe ele que quando se pergunta algo a alguém é por querer saber aquilo que não sabe ou tirar uma dúvida ou avaliar algum ponto de vista pelo confronto sadio das ideias.

Nem sempre as perguntas possuem a dignidade de quem deseja uma resposta plausível, às vezes elas escondem as imprevisibilidades do escárnio, da má intenção e do “peguei você”. Trata-se de perguntas ofensivas. Elas trazem um grande mal para as relações de confiança entre quem pergunta e quem responde. É agir com desrespeito em relação ao outro que, desejoso de responder, percebe, a tempo, que a malícia “doura” a indagação feita.

Sempre fui um perguntador nato. De uma resposta fazia outra pergunta e, assim, procurava esgotar a  curiosidade sobre algo ou alguma coisa, dentro do leque da minha inerme compreensão. Hoje sou mais seletivo, pois a sensibilidade aflorada de boa parte dos indivíduos ditos sociáveis, não permite que possamos fazer indagações além do óbvio estabelecido e não do óbvio ululante, como dizia o escritor brasleiro Nelson Rodrigues.

Que isso não seja desanimador. Pergunte sim, pergunte muito. Procure saber ainda o que não sabe, porém seja mais exigente em saber além do que está aparente. Cultive a sua curiosidade sempre. O mundo evoluiu não por respostas dúbias, mas pela persistência da boa fé em saber o porquê das coisas.

Mário Quintana (1906 – 1994), poeta, tradutor e jornalista brasileiro, em seus Poemas Curtos ‘As indagações’, nos diz: “A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas”.

Perguntar é um jeito de amar!

 

 

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *