EU VENCI A COVID –

Desde março de 2019, com as primeiras notícias da letalidade do coronavírus em humanos e, em particular, entre pessoas portadoras de comorbidades, eu resolvi encetar minha luta de prevenção à moléstia. Foram quinze meses de afastamento do mundo num isolamento quase total.

Compras somente via internet, distanciamento familiar, dias solitários e vazios, mensagens por chamadas de vídeos, limpeza em tudo que adentrasse na casa, litros de álcool em gel e máscaras de diferentes modelos e texturas. Obediência total aos protocolos estabelecidos para o enfrentamento da guerra contra o coronavírus.

Também vivi momentos de angústia, de depressão, de incerteza e de falta de perspectiva para com o amanhã. Aprendi a me exercitar sozinho e a fazer caminhadas isoladas na companhia dos meus pensamentos. Cansei a vista com tanta leitura e cansei de assistir filmes antigos e programas na televisão. A minha grande cartada de sorte foi nunca perder uma noite sequer de sono reparador.

Ufa! Finalmente fui vacinado com as duas doses estabelecidas do imunizante disponível, na época. Imaginei-me livre do vírus e fui voltando aos poucos à vida de antes. Caminhar no Bosque dos Namorados, visitar à Ceasa em busca de produtos frescos, idas esporádicas à praia, quase a normalidade de antes. Isso sem dispensar o uso da máscara nem do álcool em gel.

De repente, não mais que de repente, eu baixei a guarda por alguns instantes, e aconteceu o contágio. Como foi, não sei! Acreditei em demasia na sorte após atravessar ileso todo a fase perigosa da doença sem ser infectado. Pesou também o fato de saber “estar vacinado”.

Dois dias após o contágio, um pequeno pigarro insistente sem coriza, leve dor de cabeça, corpo quente e, na sequência, rápido desarranjo intestinal. Foi quando piscou a luz de alerta. Liguei para o irmão médico e ele me encaminhou para a bateria de exames de praxe. Nada de anormalidade com o funcionamento da máquina, porém o RT-PCR acusou positivo.

Medicado com azitromicina, zinco, vitamina D3, revectina, descongestionante nasal e um antifebril – caso ocorresse febre -, isolei-me por dez dias. Não perdi o apetite, paladar ou olfato, não senti cansaço ou indisposição, nada de dor de cabeça ou no corpo, apenas alguns calafrios no início do processo da infecção.

Minha análise: sem a vacina dos chineses, a Coronavac, eu não estaria escrevendo este depoimento. Minha formação é na área das ciências exatas, portanto, eu não poderia jamais desacreditar da ciência. Toda a sintomatologia estabelecida pela medicina desenvolveu-se em mim, porém, de forma suave.

Minha referência foi o Hospital do Coração, onde pude constatar a capacitação do corpo médico nacional no combate e essa cruel pandemia. O afinco, a dedicação, o desvelo de todos os profissionais da área, do mais conceituado hospital ao mais modesto posto de saúde, tornam-se exemplos positivos para o Brasil. Essa classe, merecidamente, pode sim ser classificada como anjos da guarda da nação.

Voltei ao batente. Disseram-se que agora estou duplamente imunizado. Acontece que com a Covid-19 a regra é diferente, e o raio pode atingir duas vezes o mesmo local. Retornarei à normalidade da vida sem dispensar os protocolos regulamentados pela ciência médica: máscara, álcool em gel e assepsia, sempre.

Este depoimento traduz o susto de quem sobreviveu à pandemia. Possa ele ajudar renitentes e descrentes quanto ao uso do imunizante e seus efeitos benéficos. Somente a vacina para vencer a Covid-19, e vivas ao nosso SUS. Halleluyah!

 

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa é engenheiro civil

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Uma resposta

  1. Embora algumas vacinas possam ter melhor performance que outras, a melhora ainda é a que entrou em nosso braço. Se deixarem os casos leves e evitarem internamentos, já cumpriram o seu papel. Feliz com a sua rápida recuperação. Bom final de semana. Um abraço compadre .

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