É SOBRE PELÉ? II –

Encerrei a postagem passada num ponto de inflexão. Avancei na minha história, no sentido de mudar do imaginário ao tangível, de sair da condição de admirador distante do “Rei do Futebol” para um degrau superior de admirador presente. Do sonho à realidade.

O ponto de virada foi o ano de 94. Por essa razão que agora descrevo – e por outras que não vêm ao caso de externá-las neste momento pela inoportunidade dos fatos – se existe uma referência temporal, esse foi “o ano” da memória afetiva. Como membro do alto escalão do Governo de Joaquim Francisco e os contatos que tinha com o saudoso Luciano do Vale, encontrei os meios de chegar ao Rei.

Tal fato se deu num evento de turismo em São Paulo. Lá estava para tentar fazer do objeto do encontro algo novo para Pernambuco: uma feira de negócios de esportes.

Desse primeiro contato com o Rei saí da agenda com duas responsabilidades distintas. A primeira, decorreu da presença do produtor e cineasta Aníbal Massaini, que abriu as negociações em torno das filmagens do “remake” do filme “O Cangaceiro”, que encerrou a primeira edição do Festival, em 97. A segunda, o comunicado oficial que Pelé me fez sobre seu casamento no Recife, marcado para 29/04/94. Pelo seu peso internacional e como autoridade pública presente, ofereci-lhe o apoio cabível: segurança pública e os desdobramentos que estivessem ao alcance do Governo. Nosso contato começou ali e se deu mais efetivo no dia do casamento, onde estive presente em nome do Governador. Justo em 29/04, minha data natalícia. Dele ouvi o agradecimento cordial, como a certeza de que poderíamos nos encontrar noutras oportunidades. Passei a contar com o elo de Aníbal,seu irmão Oswaldo e de Pepito, este fiel escudeiro do Rei.

Bem, o mundo girou e a boa “contaminação” proporcionada pelo cinema, fez-me acreditar na possibilidade de fazer aqui no Recife, o que tinha visto com os bons olhos em Gramado: um Festival de Cinema. Este projeto só se viabilizou em março de 1997, com a dificuldade natural de quem se arrisca em empreender na Cultura. Mas, se cheguei ao cinema, isso se deu pelas mãos “dos Massainis”. E essa aproximação rendeu as bênçãos do Rei.
Continua…

 

https://www.instagram.com/p/CBwWHfbB1-z/?igshid=1pwh0pjo6q4nw

 

 

Alfredo Bertini – Economista, professor e pesquisador. Ex-Presidente da Fundação Joaquim Nabuco

 

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *