JOSUÁ COSTA

Carlos Alberto Josuá Costa

Na vida, nada é pela ‘metade’ e tão pouco ‘de qualquer maneira’. (CAJCosta)

Éramos cinco instrutores gerenciais, de regiões distintas deste grande Brasil, determinados em elaborar uma cartilha com os esclarecimentos necessários para a implantação do novo Programa de Reestruturação da CAIXA, em 1995.

Após uma semana, estudando, discutindo, simulando, submetendo a críticas e sugestões, finalmente no último dia, com o “produto” pronto, fizemos a exposição de seu conteúdo didático e gráfico para os coordenadores responsáveis pela implantação do modelo de reestruturação, aplicável naquela oportunidade.

Malas prontas, passagens checadas, faltando apenas os sorrisos e a famosa frase mágica: “Muito bem, está ótimo! Parabéns!”.

Qual não foi nossa surpresa, diante de um questionamento aparentemente inofensivo: “Isso é o melhor que vocês puderam fazer?”

Entreolhamo-nos e com os corações disparados: Sim!

A resposta foi desanimadora: “NÃO”. “Afinal, vocês, instrutores qualificados e recomendados, estavam fazendo o quê, não atentando que esta cartilha está uma porcaria?!”

Suspendam a viagem de volta para casa e na segunda-feira, às 15h, apresentem uma cartilha digna de instrutores pensantes, para todos aqueles que esperam de vocês algo de qualidade.

Assim o fizemos!

 Cheios de ansiedade e respirando somente o que era possível, recebemos o veredito: “Agora sim!”. E a cartilha chegou a cada empregado, carregada de emoção e fruto do “melhor” de cada um de nós.

Essa lição me serve até hoje. Passei a estar atento a tudo que faço, avaliando criticamente se é o meu melhor ou se poderia ir mais além. Ganhei em escala humana e em humildade, com eficiência.

Vale a pena fazer algo, em qualquer dimensão, sem dar o seu melhor?

Dar o nosso melhor tem muito a ver com o respeito que devemos ter com o outro, mesmo que ele não exija a nossa totalidade, mas que considere o limite que nossos dons possam alcançar.

Quantas vezes já sentimos a sensação de que aquilo que fizemos – das coisas mais simples às mais elaboradas – poderia ser diferente se tivéssemos nos dedicado mais um pouquinho.

Foi por um triz!

Mais meio ponto, mais uma palavrinha, mais um abraço, mais um minutinho, mais uma questão, mais um beijinho, mais um degrau, mais um carinho, mais um sorriso, mais um olhar, mais um pouco de paciência, mais uma leiturinha, mais uma chance, mais alguns metros, enfim, um pouco mais de entrega.

Quando negligenciamos o potencial que temos, deixando as coisas acontecerem a qualquer modo, sem o compromisso de fazer o melhor, passamos a ser parceiro do “quase consegui” ou ainda do “mais ou menos”. Pura ilusão, pois na realidade paramos no meio do caminho, escolhemos o mais cômodo, mas, certamente, a nossa consciência nos alertará que deixamos de fazer a diferença.

Sempre é tempo de refletir: Na vida, nada é pela “metade” e tão pouco “de qualquer maneira”.

Devemos ter em mente que ninguém mais adequado que nós mesmos, para sabermos lidar com mais atenção e dedicação em fazermos o nosso melhor.

Claro que erros acontecerão, mas, se estivermos atentos, construiremos situações estáveis e saudáveis em nossas realizações e atitudes.

A intensidade de cada um desses momentos é que nos dará maturidade para percebermos que estamos aqui para aprender. Aprender a ser melhor, não no sentido de “o melhor”, mas de crescer a cada instante confiando em nossa capacidade de se superar.

Buscar novas competências, enfrentar novos desafios, nos tornarão mais seguros e, sem dúvida alguma, faremos o “melhor” com mais ânimo, interesse e proatividade, em consonância com os nossos princípios.

Experimentemos fazer o “melhor”, a partir de agora, em nossa vida espiritual, social, familiar, material, financeira, amorosa, profissional, sempre pautados na prática do bem, livres do orgulho pelo orgulho.

Permita-me um conselho não só profissional, mas de vida: Se algo vale a pena ser feito, faça com esmero, com prazer em buscar o “melhor”, com excelência, bem feito.

Comecemos agora, com o nosso “melhor” nas atitudes com nossos pais, nossos filhos, nossos cônjuges, nossos professores, nossos amigos, nossos colaboradores, nossos pares, nossos patrões, enfim com todos aqueles que vivem e convivem desta mesma experiência terrena.

Tomemos cuidado, pois, sem dúvida, encontraremos, nesta caminhada, tantos outros que não conseguem fazer, ainda, o melhor que podem. Criticá-los ou julgá-los, em nada contribuirá para seu melhoramento. Sermos pacientes e compreensivos, motivando-os a realçar suas aptidões, promoverá em nós o espírito da solidariedade.

Antes, sejamos modelo, para que ao nos observarem, possam inferir e aprender que é possível fazer sempre o “melhor” que podem.

Fazer o “melhor” não significa o mais “sofisticado”. Atos, atitudes e coisas “simples” podem ser perfeitos quando fazemos com dedicação.

Quando tudo o mais esbarrar na vontade de fazermos o melhor, busquemos em Deus a confiança necessária em nos guiar pelos bons exemplos.

-Lucas, terminou de colorir o seu desenho? “Sim vovô!”.  -É o melhor que pode fazer? “Tio Bimbo, disse que tava lindo!”.

Ame com o “melhor” que puder!

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor ([email protected])

 

Uma resposta

  1. Amigo, muito bom seu artigo. Às vezes precisamos mesmo de um puxão de orelha para sairmos da zona de conforto.
    Obrigada por ter feito a “propaganda” do meu artigo no whats app da AEAP, mas lhe digo: em 100, apenas 1 ou 2 lêem. Coloquei o link no grupo de 13 aposentadas que temos, e só Edilma leu e comentou (rs).
    Escrever hoje é mais ou menos como “fazer o bem sem olhar a quem”… kkkk

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